Águas cristalinas em tom de azul-turquesa, areia branca e paisagens de tirar o fôlego. À primeira vista, a descrição poderia ser do Caribe, mas retrata a Ilha do Campeche, localizada no leste de Florianópolis (SC). Com 62,5 hectares, a ilha conhecida como “Caribe catarinense” impressiona pelas praias paradisíacas e atrai visitantes pelo valor histórico e cultural.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2000, Campeche concentra a maior quantidade de oficinas líticas (lugar onde humanos produziam ferramentas de pedra na pré-história) e gravuras rupestres do litoral brasileiro, segundo a prefeitura de Florianópolis. No passado, a ilha serviu como ponto estratégico no complexo de caça às baleias.
Transporte regulamentado e controle de turistas para preservação da natureza
Embarcações autorizadas levam visitantes à Ilha do Campeche, partindo de três pontos principais: o canal da Barra da Lagoa, a praia do Campeche e a armação do Pântano do Sul. Segundo o subsecretário de Turismo de Florianópolis, Renê Meneses, cada trajeto oferece uma experiência única, mas o passeio pelo canal da Barra se destaca por passar por diversas praias paradisíacas antes de chegar à ilha.
Para conhecer o local, os turistas precisam fazer um cadastro no site da prefeitura de Florianópolis, para emitir a autorização individual de entrada gratuita e seguir as regras de visitação. A medida assegura que o turismo seja compatível com a preservação ambiental e arqueológica do local.
De acordo com o primeiro-secretário da Associação de Barqueiros Transportadores da Praia do Campeche (ABTC), Rodrigo Farias, o deslocamento até a ilha é feito em embarcações infláveis, com capacidade para seis passageiros por vez. O ponto de embarque fica na praia do Campeche e o trajeto até a ilha leva cerca de cinco minutos.

As travessias começam às 9h e os visitantes podem permanecer na ilha até as 15h. “O valor do transporte é de R$ 200 por pessoa e levamos, no máximo, 73 visitantes por dia”, informou Farias.
A limitação da visitação pública é de 770 turistas por dia, podendo chegar a 800 pessoas entre os meses de dezembro e abril. O número pode mudar com a aprovação do Plano de Manejo, que apresentará estudos complementares para reavaliação da quantidade de visitantes e ocupantes, visando à proteção, conservação e uso público. A expectativa da prefeitura é finalizar o plano até o início do próximo ano, ainda durante a temporada de verão.
O que encontrar na Ilha do Campeche
- Praias de areia branca e águas cristalinas;
- Trilhas terrestres e subaquáticas para explorar a biodiversidade local;
- Sítios arqueológicos com inscrições rupestres e oficinas líticas;
- Monolito com cerca de 9 metros de altura.

A prefeitura de Florianópolis transformou a área em Unidade de Conservação (UC) ao criar o Monumento Natural Municipal da ilha do Campeche (Mona). A gestão, antes sob responsabilidade do Iphan e mediada pela Justiça Federal, passou para a capital catarinense, por meio da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).
O objetivo é regulamentar o turismo, controlar o acesso e proteger os atrativos naturais e históricos da ilha, especialmente durante a alta temporada. A unidade de conservação prevê melhorias na fiscalização ambiental para coibir atividades proibidas e crimes contra a natureza.
Florianópolis usa tecnologia para fiscalização e segurança na ilha do Campeche
Para contribuir com a segurança durante o turismo na ilha do Campeche, o município promete dotar o perímetro com tecnologias de videomonitoramento, drones com câmera térmica, uso de novos softwares de inteligência e cruzamento de dados entre diferentes bases de registro.
As equipes de fiscalização atuarão com foco no transporte irregular, ambulantes ilegais, no combate à falsificação de bebidas alcoólicas e na montagem indevida de barracas e construções ilegais. “É assim que conseguimos conciliar turismo e preservação ambiental de forma responsável”, reforçou o subsecretário de Turismo, Renê Meneses.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Florianópolis, Alexandre Waltrick, os recursos obtidos pela unidade de conservação serão direcionados à implementação, manutenção e gestão da área, incluindo programas de visitação controlada, educação ambiental e patrimonial, e pesquisas voltadas ao manejo adequado do local.
“Isso proporciona qualidade de vida para as comunidades do entorno, fortalece o turismo responsável e assegura que esse legado permaneça para as futuras gerações”, disse Waltrick.
Fonte: gazetadopovo






