O banho turco fez parte do cotidiano da população na Turquia durante o Império Otomano, entre os séculos 15 e 16. O ritual de calor, esfoliação e lavagem era uma necessidade antes da criação do sistema de esgoto moderno, quando as pessoas iam aos hamams – como são chamadas as casas de banho – antes de entrar em mesquitas para rezar. O ambiente também era de socialização e, por isso, a experiência podia levar um dia inteiro.
A tradição mudou e não há mais um hamam em todo bairro, como era a realidade no Império Otomano, mas os banhos turcos ainda fazem parte da cultural local. Há em torno de 60 estabelecimentos em Istambul, a Antiga Constantinopla, com rituais que demoram em torno de duas horas e são mais buscados pelo prazer do relaxamento e pelo aspecto espiritual do que pela limpeza.
A experiência tradicional começa com a troca de roupas – os hamams oferecem roupas íntimas descartáveis, chinelos e roupões – para que o visitante seja levado a uma sala com pedras de mármore quente e se deite em uma delas. Depois, é hora da esfoliação e dos baldes de água caírem sobre o corpo para o banho ser finalizado com uma massagem.
Confira a nossa seleção de cinco hamams pra conhecer em Istambul:
Zeyrek Cinili
Reaberto em maio de 2024, o hamam tem quase 500 anos no bairro histórico de Zeyrek. Depois da restauração que levou 13 anos, o espaço ganhou ambientes com paredes revestidas de azulejo até a metade, mármore por todos os lados e cúpulas com aberturas em formato de estrela.
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Como foi construído na década de 1530, o hamam tem muitos artefatos que datam dos impérios romano, bizantino e otomano. Junto com os azulejos originais, os itens históricos que foram descobertos durante a reforma podem ser vistos em um museu dentro do hamam por € 4,50.
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Depois de passar pela sala aquecida, você pode lavar seu próprio corpo (€ 70) ou ter a experiência clássica (€ 105) em que um terapeuta lava e esfolia sua pele. O pacote mais completo (€ 300) inclui o banho, uma massagem no corpo inteiro, um tratamento facial e uma seleção de frutas secas com biscoitos e chá.
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Çemberlitaş Hamamı
O hamam funciona desde 1584 no Çemberlitas Square, perto de lugares históricos, como o Grande Bazar e a Mesquita Azul. Mimar Sinan, considerado o pai da arquitetura otomana, projetou a sala com pedras de mármore quente para parecer quadrada por fora e surpreender quem entra com um domo circular sustentado por 12 colunas. A iluminação é garantida pelas aberturas de diferentes formatos nas cúpulas.
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Há inscrições douradas e mármore, mas a decoração é mais modesta que a de outros hamams. O banho tradicional de € 62 pode ser incrementado com massagem craniana, aromaterapia e máscara de argila.
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Kılıç Ali Paşa Hamam
Também projetado por Mimar Sinan, o hamam foi construído entre 1578 e 1583 para servir aos membros da marinha otomana no distrito de Tophane. Com a reabertura em 2012, o Kılıç Ali Paşa Hamam é um dos mais tradicionais e com visual mais clássico de Istambul – além de estar pertinho do Museu de Arte Moderna.

A restauração do hamam precisou atravessar 430 anos de camadas de materiais e destroços que esconderam a estrutura original. As obras recuperaram o domo principal, que alcança 17 metros de altura e 14 de largura, e as paredes de rochas do interior.

Diferente de outros hamams que possuem entradas separadas para homens e mulheres, o Kılıç Ali Paşa tem apenas uma porta e horários diferentes para receber cada um dos públicos, afinal foi construído para ser utilizado apenas por soldados otomanos. O banho tradicional custa € 72 e pode incluir cinco tipos de massagem.
Hurrem Sultan Hammam
Entre a Mesquita Azul e o Museu Hagia Sophia, o hamam foi construído – novamente por Mimar Sinan – para ser utilizado exclusivamente pela família real do sultão Solimão, o Magnífico, no século 16. Como já era de se esperar, o luxo aqui é o que mais chama a atenção: há epígrafes feitas com ouro, vitrais, pinturas e salas que replicam a experiência de se tomar banho sob as estrelas.
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O hamam fechou em 1910 e foi reaberto em 2007, sendo que durante esse intervalo já funcionou como prisão e loja de tapetes. Hoje, os banhos vão da lavagem tradicional (€ 95) até experiências mais requintadas que incluem esfoliação dos pés e das mãos, máscara de argila, aromaterapia, massagem facial e amenities orgânicos (€ 260).
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Çukurcuma Hamamı
Na região boêmia de Çukurcuma, o hamam está de pé há quase 200 anos, mas só foi reaberto para banhos em 2018. Os domos, pés direitos altos e aberturas para circulação de ar estão lá, mas o visual branco de todas as salas destoa dos outros estabelecimentos. Mais um diferencial é que aqui não há distinção de gênero, todos tomam banho ao mesmo tempo, ainda que só cinco visitantes sejam permitidos por vez.
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São três tipos de banho: o tradicional (€ 80), um que inclui esfoliação dos pés e das mãos (€ 90) e outro que conta com uma massagem de 40 minutos (€ 150). É possível pagar a parte por máscaras faciais e aromaterapia.
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Fonte: viagemeturismo