Entre os dramas familiares, intrigas e dilemas de poder em Vale Tudo, um detalhe chama a atenção: a presença constante de Tia Celina com um livro nas mãos. A personagem, vivida por Malu Galli no remake, exibe um gosto literário sofisticado que vai de clássicos brasileiros a romances internacionais de sucesso.
Em uma das cenas, Celina aparece lendo “As Intermitências da Morte”, de José Saramago. A obra imagina um mundo onde a morte tira férias, levantando reflexões sobre finitude e a própria condição humana. Já em outro momento, ela se dedica a “A Mulher Desiludida”, de Simone de Beauvoir, livro que retrata histórias de mulheres diante de rupturas e mudanças.
A personagem também se aproxima da literatura atual com “Destinos e Fúrias”, de Lauren Groff, finalista do National Book Award, e “A Amiga Genial”, primeiro volume da tetralogia napolitana de Elena Ferrante, sucesso mundial que discute amizade feminina, desigualdade e amadurecimento.
Não faltou espaço para a ficção nacional. Tia Celina aparece lendo “Becos da Memória”, de Conceição Evaristo, um dos romances mais importantes da literatura contemporânea brasileira, que aborda desigualdades sociais e memórias de resistência.
Leitura em família
O hábito da leitura ultrapassa Celina. Outros personagens também são vistos com livros, como Heleninha, que lê “A Elegância do Ouriço”, de Muriel Barbery, e Afonso, que se aventura em “Gente Independente”, de Halldór Laxness, Nobel de Literatura.
A escolha dos títulos não é por acaso: a literatura reforça o perfil da personagem, que se mostra reflexiva, sofisticada e em busca de respostas em meio às turbulências familiares. Ao inserir obras de autores premiados e referências literárias de peso, o remake de Vale Tudo cria pontes entre a ficção da TV e a vida cultural dos espectadores.
Fonte: primeirapagina