Você faz parte de um grupo de exploradores que está sobrevoando as Terras Proibidas, uma área do planeta despovoada há 1.000 anos. Mas, durante a expedição, encontra um menino perdido – e ele conta que, na verdade, a humanidade continua ali, tentando sobreviver aos ataques de criaturas gigantescas.
Eis a premissa de Monster Hunter Wilds, novo game da franquia criada pela produtora japonesa Capcom: ela surgiu em 2004, no PlayStation 2, e teve versões e continuações para todas as plataformas, vendendo mais de 100 milhões de cópias.
A graça da série está nos seus bichos, versões delirantes de animais reais. Logo no começo de Monster Hunter Wilds, depois de enfrentar um chatacabra (sapo de três metros de altura) e escapar de balaharas (grandes cobras com patas, que vivem na areia), você se depara com uma matilha de doshaguma: criaturas que se comportam como leões, mas têm musculatura e força de urso.
Ao todo, MHW apresenta mais de 40 espécies fictícias, cheias de detalhes visuais e com comportamentos específicos. Fica claro o esforço que a Capcom colocou nisso.
Para enfrentar os monstros, você conta com 14 tipos de arma, que são bem diferentes entre si – e permitem estilos de jogo totalmente distintos. Dá para escolher armas de contato, como lanças e espadas, ou atacar à distância usando uma besta ou arco e flecha. Cada arma tem sua própria “árvore” de upgrades, com vários caminhos possíveis.
Isso é ótimo, mas também revela um problema de MHW: os menus. Eles são bem complicados, além do que seria necessário para acomodar a quantidade de opções disponíveis. Os controles também poderiam ser mais fáceis de dominar: até você pegar o jeito, o que leva algumas horas, é difícil selecionar itens durante as batalhas, por exemplo. Dá para superar isso – mas a Capcom poderia ter organizado um pouco melhor as coisas.
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A curva de dificuldade do game também poderia ter sido ser mais bem calibrada. Nas primeiras quatro ou cinco horas de jogo, os combates são meio fáceis demais (principalmente se você atacar à distância), e só a partir daí começam a ficar mais desafiadores. Os diálogos entre os personagens também enrolam um pouco – mas dá para você ir acelerando/pulando, se quiser.
Você enfrenta os monstros sozinho ou com mais três jogadores (seus amigos ou pessoas desconhecidas, que o game agrupa em lobbies online). Se você estiver sozinho, o jogo permite chamar três bots para ajudar nos combates.
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Os cenários, assim como as criaturas, são bem bonitos, com uma variedade interessante de biomas (deserto, savana, floresta, montanha etc) distribuídos por um mapa bastante grande, cheio de coisas para explorar. As cenas que contam a história, e conectam as sequências de ação, também têm boa qualidade gráfica, com animações bem feitas.
A performance é ok, mas não impecável: no meu PC, com uma placa de vídeo RTX 3080 Ti (que alcança 34,1 teraflops, o triplo da potência gráfica de um PlayStation 5), o jogo manteve 60 fps estáveis quase todo o tempo (com os gráficos no nível Alto e em resolução 4K, com upscaling por DLSS), mas às vezes caiu abaixo disso.
No geral, Monster Hunter Wilds entrega o que promete. Têm criaturas interessantes e desafiadoras, boa integração com multiplayer online e um sistema de armas cheio de opções. Vai agradar os fãs da franquia – e também pode interessar a quem ainda não conhece a série, e só está procurando um bom jogo de ação.
Monster Hunter Wilds será lançado nesta sexta-feira, dia 28/2, para PlayStation, Xbox e PC. Nos consoles, vai custar R$ 330; no PC (Steam), R$ 279.
Fonte: abril