Os escorpiões não têm a melhor das famas. Esses animais artrópodes, da ordem Scorpiones que reúne mais de 2 mil espécies, são aracnídeos e que vivem na Terra há mais de 450 milhões de anos. Apesar de todos serem venenosos, nem todos podem causar problemas mais sérios ao ser humano – o dano, porém, é fatal para suas presas.
A maioria dos humanos adultos picados sentem algo parecido com uma ferroada de abelha, ou seja, uma dor aguda, mas que não oferece perigo de morte para a grande maioria das pessoas – claro, pessoas alérgicas, mais velhas e crianças correm mais risco. Mesmo assim, especialistas recomendam que o indivíduo que foi picado vá ao hospital por via das dúvidas.
Dos 30 escorpiões mais peçonhentos e que apresentam complicações de saúde mais sérias, alguns levam medalha.
“No Brasil, nós temos cerca de 180, 185 espécies de escorpiões e atualmente são quatro as espécies consideradas perigosas, que podem causar óbito”, afirma Denise Candido, bióloga no Laboratório de Artrópodes do Instituto Butantan, para o site da instituição. No mundo inteiro, esse número cresce para 25.
Aqui estão alguns:
Escorpião-amarelo-da-Palestina
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De acordo com o livro Guinness de Recordes Mundiais, o ouro para o escorpião mais venenoso vai para o Leiurus quinquestriatus, ou escorpião-amarelo-da-Palestina. Isso porque ele possui um veneno que contém cardiotoxinas e neurotoxinas. A principal causa de morte de pessoas picadas por esse escorpião é o edema pulmonar.
Esse bichano pode ser encontrado em habitats desérticos e de matagal que vão do Norte da África até o Oriente Médio. Ele está presente no Saara, Deserto da Arábia, Deserto do Thar e Ásia Central, da Argélia e Mali no oeste até o Egito, Etiópia, Ásia Menor e Península Arábica, a leste até o Cazaquistão e oeste da Índia no nordeste e sudeste.
Se engana quem pensa que quanto maior o escorpião, mais venenoso. O número um prova o contrário, medindo aproximadamente 58 mm.
Escorpiões do gênero Androctonus
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No grego antigo, Androctonus significa “matador de homem”. O apelido carinhoso veio do veneno carregado de neurotoxinas que esses animais têm. Eles podem atingir 10 cm de comprimento e possuem um rabo um pouco mais gordinho que os demais escorpiões.
Eles podem ser encontrados na África e no Oriente Médio.
Escorpião preto de cauda grossa
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O Parabuthus transvaalicus é um escorpião que quando ataca pica e borrifa seu veneno de curtoxina. O efeito do veneno no sangue pode causar problemas cardíacos e nervosos. Ele é uma espécie “gigante”, podendo alcançar seus 16 cm, e por isso é tão perigoso: sua cauda injeta quantidades maiores de veneno nas veias da vítima.
Sua presença foi confirmada na África do Sul, Botsuana, Moçambique e Zimbábue.
Escorpiões do gênero Tityus

É aqui que se encontram os escorpiões perigosos que vivem no Brasil. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a espécie mais peçonhenta da América Latina é o Tityus Serrulatus, ou escorpião amarelo brasileiro. Ele pode medir até 7 cm e um de seus anéis na cauda possuem dentes de serra.
Aqui no país, podem ser encontrados nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Outras espécies do gênero, encontradas tanto no Brasil, quanto em outros países latinos, que a Fiocruz alerta sobre são: Tityus bahiensis; Tityus stigmurus; Tityus obscurus ou Tityus cambridgei; e Tityus trivittatus.
Escorpião bark do Arizona
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Esse é o escorpião mais venenoso da América do Norte. O Centruroides sculpturatus chega aos 8 cm e sua picada pode resultar em convulsões e paralisia de músculos caso não tratada.
Assim como muitos escorpiões, o escorpião bark do Arizona brilha quando exposto a luz negra. Por isso, muitas casas do Arizona e do Novo México adquiriram lanternas de brilho UV. Além desses dois locais, esse animal já foi encontrado no sul da Califórnia, sul de Nevada e extremo sudoeste de Utah. Além disso, são encontrados em Baja California, Sonora e Chihuahua, México.
Fonte: abril