Uma boa opção é o fundo de um rio ou lago. Para aumentar as chances de preservação, seu corpo deve ser soterrado por sedimentos – de preferência grãozinhos finos, como argila – logo após a morte. Quanto mais tempo o corpo permanece na superfície, mais ele fica exposto a intempéries do ambiente, fungos e animais que vão querer se alimentar da carcaça.
Essa deposição de sedimentos geralmente rola próximo a corpos d’água. Os rios que descem as montanhas, por exemplo, carregam bastante detritos e podem cobrir seu corpo com um edredom de areia. As várzeas, como as que existem no Pantanal, também fazem bem o serviço. Só evite as praias, já que a quebra de ondas pode danificar o corpo.
Se você tiver um colega para ajudar no enterro, melhor ainda. Peça para ele enterrar seu corpo o mais profundamente possível no leito de um rio ou lago. Isso garante um ambiente com pouco oxigênio, evitando que microrganismos decompositores cheguem ao seu corpo.
Agora, torça para ser preservado por pelo menos 11,7 mil anos – idade mínima para ser considerado um fóssil. Só 1% de todos os animais que existiram no planeta viraram fósseis, e uma quantidade ainda menor é descrita pela ciência. Não fique triste caso não vire exposição de museu.
Uma vantagem nossa é que animais com ossos, como os humanos, são bem mais prováveis de serem fossilizados do que bichos como minhocas e águas-vivas.
Se quiser jogar o jogo da fossilização no nível hard, tente se guardar em âmbar. Essa é a melhor forma de preservar tecidos moles por milhões de anos. O difícil é achar seiva de árvore suficiente para cobrir seu corpo inteiro. Fica o desafio.
Fonte: Hermínio Ismael de Araújo Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia.
Pergunta de Velociraptor, no período Cretáceo.
Fonte: abril