, trouxemos o exemplo do Sistema de Geração de Energia Solar Ivanpah, na Califórnia, Estados Unidos, que, além de gerar pouquíssima energia, tornou-se uma verdadeira armadilha para os pássaros. Agora, daremos continuidade ao tema, baseando-nos no material publicado pelo jornal norte-americano , que elencou os fracassos das políticas energéticas alternativas implantadas naquele país.
Além das energias de base solar, entrou na lista de desistências a geração eólica, mesmo com os atuais enormes subsídios que provavelmente vão cair significativamente com a era do presidente . Agora foi a vez da Shell. A empresa acabou por desistir de um projeto de energia eólica na costa do Estado de Nova Jersey. Tratava-se da instalação de um grande “parque” ao estilo offshore, onde as torres eólicas são colocadas no mar aberto, próximo à costa e que despendem de um custo altíssimo para montagem, passagem de cabos e manutenção.
Mesmo com governo de Nova Jersey oferecendo grandes benefícios, a gigante do petróleo engrossou a lista de outros três projetos já desistentes neste setor no Estado. A Shell deu como perdido o seu investimento de US$ 1 bilhão de capital, onde participaria na metade do empreendimento a ser realizado pela Atlantic Shores que construiria o parque eólico, cuja capacidade de produção foi estimada em 2,8 mil megawatts. A empresa optou amargar esse prejuízo, antes que maiores ônus surjam no futuro.
Esse tipo de geração de energia encarece absurdamente os preços. Segundo uma revisão da Whitestrand Consulting, a Atlantic Shores teria cobrado algo em torno de três vezes o preço de mercado pela energia, o que representaria 11% de aumento na tarifa dos consumidores domésticos e de 13 a 15% para o consumidor empresarial, mesmo com a diluição realizada pelo sistema. O montante que seria pago a mais ao longo da vida útil do parque foi orçado em US$ 48 bilhões.
O fator “bom” esquerdista
O governador de Nova Jersey, Phil Murphy, um democrata que assumiu o cargo em 16 de janeiro de 2018, como todo “bom” esquerdista, trata a energia renovável como uma causa sagrada, não importando os custos para o Estado, população e empresas, pois nos salva das “mudanças climáticas”. Na sua agenda, constou a assinatura de um projeto de lei que permitia uma empresa petrolífera estatal da Dinamarca, a Ørsted A/S, embolsasse créditos federais que havia prometido repassar aos clientes como bonificação.
Os projetos não vingaram e pelo menos houve a recuperação do dinheiro. Murphy já foi embaixador na e deve ter baseado sua “política energética” na praga que infesta aquele país e que tem, não só trazido transtornos nacionais, mas também para o conjunto de países da (UE) e além. Foi o caso do encarecimento de energia que tivemos no final do ano de 2024, onde até mesmo a Noruega, que não faz parte da UE, teve que se manifestar, quando os parques eólicos alemães pararam de funcionar por calmaria de ventos e congelaram no inverno rigoroso do “aquecimento global”.
Murphy disse que aprovou a decisão do Departamento de Serviços Públicos de não buscar um outro fornecedor de energia eólica. Contudo, ele próprio ainda não desistiu de seus sonhos verdes, pois considera a energia eólica offshore de uma “oportunidade única de geração”. Por se tratar da mais cara das gerações eólicas, o Zero Hedge ainda o satirizou, declarando que “falha única de geração” seria a sentença mais apropriada.
“A maior parte das torres dura de dez a 15 anos, mas muitas já caíram bem antes deste prazo. Os acidentes, pasmem, ocorrem principalmente por causa dos ventos”
Ricardo Felício
Não se trata apenas de baixo rendimento de geração de eletricidade com um preço triplicado. Temos também o problema do rápido desgaste, manutenções exorbitantes e o reduzido tempo útil de utilização destes empreendimentos. Além da sua obsolescência que chega rápida, os casos de acidentes e quebras de pás nos parques crescem numa proporção significativa. A maior parte das torres dura de dez a 15 anos, mas muitas já caíram bem antes deste prazo. Os acidentes, pasmem, ocorrem principalmente por causa dos ventos.
Problemas e mais problemas com a energia eólica
Até 2010, quando acompanhava o programa de eólicas em , onde boa parte tinha sucumbido aos produtos e empresas chinesas, o país já apresentava 5 milhões de toneladas de restos de suas torres eólicas desativadas ou destruídas. O material dispensado não continha apenas ferro e outras partes metálicas, mas muitos outros que não podem ser reutilizados, ou que tem seu processo bastante encarecido.
É o caso das pás das turbinas eólicas que são feitas de fibra de vidro, ou com a mistura de plástico reforçado com a fibra. Embora exista um processo de reaproveitamento da fibra de vidro pura, ele é bastante dispendioso e necessita de instalações próprias para a execução do serviço, o que gera mais prejuízos no cômputo final. A mistura com plástico, em geral, inviabiliza o processo, deixando as pás quebradas, sem chances de serem recicladas.
Antes de deixar o governo, a administração de não indicou que destino isso tomaria e quem se responsabilizará com a montanha de resíduos resultantes de milhares de pás de turbinas quando elas atingirem o fim de suas vidas úteis, estimada para daqui 20 anos — ou, em muitas vezes, bem menos tempo. É o caso do que, mesmo tendo uma exploração significativa de petróleo e gás, seguiu erroneamente a agenda, tendo diversos problemas durante as nevascas de três anos atrás, oriundos tanto por causa de panes das eólicas, como dos painéis solares. Tanto lá, quanto no Estado de Iowa, as pás simplesmente têm sido empilhadas, acumulando-se enquanto não recebem um descarte apropriado.
Essa onda de restos descartados das eólicas tem tomado extensas áreas, onde são depositadas pás, torres e outros artefatos quebrados ou inutilizados por outros motivos, como estresse e fadiga de materiais. Batizados como “cemitérios eólicos”, tais locais vão apenas recebendo todo o material, sendo largados ao relento. No caso do Texas, grandes cemitérios eólicos surgiram nos arredores de Sweetwater, sede do Condado de Nolan. Lá, as pilhas de pás eólicas cobrem mais de 30 acres, ou aproximadamente 122 mil m², relatou a revista , em agosto de 2023.


Um recente acidente
Além do lixo, temos os acidentes na área offshore e arredores. Foi o caso relatado pelo Instituto de Pesquisa Energética quando, em julho de 2024, uma pá enorme de turbina eólica se quebrou na costa de Massachusetts, arrebentando em grandes detritos. O incidente fechou as praias na Ilha Nantucket.
O vento transformou os destroços em verdadeiros mísseis, deixando os pescadores preocupados com que eles acertassem suas embarcações. A falha estrutural desta pá e os detritos lançados fizeram com que o Escritório de Segurança e Fiscalização Ambiental, órgão federal dos EUA, suspendesse as operações no parque eólico offshore instalado em águas federais de Vineyard Wind, até que pudessem determinar se o acidente impactou nas outras lâminas, comprometendo a operação normal.
A produção de energia foi suspensa e a instalação de nova área para construção ficou em espera. Com mais lixo chegando ao local, a cidade considera levar o caso à Justiça.
A lista de acidentes só vem crescendo no , EUA, Alemanha e até no Brasil, onde células de trovoadas já derrubaram torres na Região Sul, onde os ventos podem chegar facilmente aos 80 km/h.
Energia para os “amigáveis do meio ambiente”
A questão de serem “amigáveis ao meio ambiente” só serve para sustentar o mito. A organização não governamental Sociedade Americana para a Conservação de Aves estimou, em 2021, que turbinas eólicas causaram a morte de 540 mil pássaros nos EUA por ano, especialmente as aves rapineiras, como águias-reais e pássaros canoros migratórios noturnos.
“Será que um dia deixaremos essa estupidez de lado, ou o discurso climático é mais poderoso que cegou a todo$?”
Ricardo Felício
Quanto ao fator exclusivamente econômico, venho explicando desde 2012 o quanto esses projetos não são lucrativos, apresentando casos clássicos de falências ocorrendo na época, na própria Alemanha. Mesmo com subsídios federais, algo que deve se reduzir com o superendividamento dos Estados, tais projetos fogem da realidade econômica, falhando miseravelmente com o passar do tempo.
De um lado, temos os processos produtivos e os consumidores sendo extorquidos por preços cada vez maiores de energia, tomando uma parcela significativa de seus orçamentos. No outro lado, montes de sucata e material não reciclável vão se acumulando. Será que um dia deixaremos essa estupidez de lado, ou o discurso climático é mais poderoso que cegou a todo$? É para se pensar, para quem ainda exerce essa faculdade!
Fonte: revistaoeste