Aos pés da Serra da Piedade e com construções que remontam ao Ciclo do Ouro, Caeté é uma opção para roteiros focados nas tradições religiosas de Minas Gerais, que pode ser feito em um bate-volta a partir da capital.
A apenas 50 km de Belo Horizonte, o município de cerca de 40 mil habitantes abriga uma grande diversidade de capelas e igrejas, além de monumentos históricos e museus. Confira algumas opções para curtir o destino em um dia.
Turismo religioso
Não à toa, a cidade ocupa uma posição importante nos percursos religiosos mineiros. Muitos romeiros e peregrinos escolhem como destino o Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, do século 18, localizado 16 km ao norte da cidade.
O Santuário abre todos os dias, das 7h às 18h, e fica às margens da MG-435. Com estrutura parcialmente conservada desde sua fundação, o lugar abriga a imagem da santa padroeira de Minas Gerais, que dá nome ao Santuário: a imagem de Nossa Senhora da Piedade, com escultura atribuída a Aleijadinho e há mais de 250 anos guardada no local.
Além da visita à igreja em si, a Serra da Piedade oferece a vista da paisagem mineira a 1740 metros de altitude. Caso você tenha mais tempo, uma boa maneira de mesclar o roteiro religioso com as belezas da região é fazer um tour “entre serras” que inclui Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas, partindo da Serra da Piedade para a Serra do Caraça.
Por falar nisso, a Gruta do Eremita, como sugere o nome, é o local ideal essa combinação de atrativos. Percorrida também por romeiros, faz parte do percurso de procissão até a Nossa Senhora da Piedade. As águas de lá, acreditam os fiéis, teriam propriedades curativas.
Já se a intenção for somente ficar em Caeté, há muitas outras capelas e igrejas para visitação. Uma boa pedida para início é justamente a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, no centro da cidade.
A estrutura barroca de interior opulento passou por reformas e a visitação foi retomada na primeira quinzena de agosto. Outras opções incluem a igreja mais antiga da cidade, a Capela do Rosário, ou a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, com pinturas do século 19.
Atrativos históricos
Interessados em história para além dos templos religiosos encontrarão um bom acervo no Museu Casa João Pinheiro e Israel Pinheiro. Pertencente inicialmente ao Barão de Cocais, no século 19, a estrutura conserva o modelo arquitetônico e o mobiliário da época, além de obras de arte, documentos e objetos cotidianos que pertenceram a outro habitante ilustre: a família de João Pinheiro, que governou Minas Gerais interinamente entre 1906 e 1908 e se apossou do local.
João Pinheiro também dá nome à praça no centro de Caeté, que guarda um artefato histórico e sombrio: um dos últimos exemplares de pelourinhos ainda existentes em Minas Gerais. Apelidado de Pelourinho do Poder e construído em blocos de pedra, ele era utilizado para expor pessoas escravizadas – e criminosos – à vergonha e agressões públicas, como forma de punição. Muitas estruturas semelhantes foram destruídas com o passar dos séculos, mas a de Caeté permaneceu como uma testemunha desse passado violento do Brasil.
Belezas naturais
Por outro lado, se a ideia é explorar a natureza, Caeté também oferece opções, como a Cachoeira de Santo Antônio, a Pedra Branca e a já mencionada Gruta do Eremita.
A cachoeira possui uma queda d’água em formato de véu de noiva, de 80 metros de altura, o que poderia explicar o nome que menciona o “santo casamenteiro”. As águas caem entre dois maciços rochosos e formam um grande lago de águas transparentes. Ocorre, porém, que o trajeto até ela, a 18km da cidade, é difícil. Já a Pedra Branca é uma grande formação de granito em Caeté, bastante procurada para escaladas, mas também uma ótima pedida para trilha, a somente 1,3 km do centro.
Fonte: viagemeturismo
