Com 950 mil cabeças, a cidade de Toledo, no oeste do Paraná, tem o maior rebanho de suínos do Brasil. O município, que fica a cerca de 540 km de Curitiba, possui uma população estimada em 145 mil pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que significa quase seis suínos por habitante.
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A região é referência na suinocultura e na agroindústria paranaense, mas a origem do grande rebanho está ligada aos trabalhadores do campo que colonizaram o oeste do estado e tinham os animais e as plantações como fontes de subsistência.
“As famílias que participaram da colonização de Toledo, há 70 anos, vieram do Sul do país e eram grandes, com seis, sete, oito filhos. Eles tiveram que produzir alternativas para o sustento, como a produção de leite e de suínos. Só a agricultura não seria suficiente. Aí veio o crescimento da suinocultura, com a chegada em seguida das cooperativas”, explica Luiz Carlos Bombardelli, secretário de Agricultura de Toledo.
O rebanho suíno registrou alta de 1,8% em relação a 2023 no município, o segundo maior volume da série histórica, conforme os dados da pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2024, divulgada pelo IBGE. Em todo o Paraná, o rebanho suíno chegou a 7,3 milhões de animais e representa 16,6% do total, sob a liderança de Santa Catarina em todo o país. Juntos, os três estados do Sul respondem por 51,9% da produção brasileira.
Ao todo, o Brasil contabilizou 43,9 milhões de suínos em 2024. O IBGE apontou recorde no abate de suínos, com aumento de 1,2% na quantidade de animais abatidos e de 0,6% no peso das carcaças. Confira o ranking dos cinco municípios com maior rebanho suíno do Brasil, segundo o IBGE:
- Toledo (PR) – 949.984 cabeças
- Uberlândia (MG) – 623.933 cabeças
- Marechal Cândido Rondon (PR) – 576.000 cabeças
- Concórdia (SC) – 517.700 cabeças
- Tapurah (MT) – 407.087 cabeças
Toledo é conhecida como capital do agronegócio
Em Toledo, de acordo com o secretário de Agricultura, 37% dos empregos do município são gerados pela pecuária, principalmente pela suinocultura. São cerca de 24 mil pessoas que trabalham direta ou indiretamente com a proteína animal. “A suinocultura movimenta a cadeia das indústrias, das cooperativas e do comércio em geral, como postos de gasolina e restaurantes”, afirma Bombardelli.
Reconhecida pela Lei Estadual 21.360/2023 como a “capital do agronegócio”, Toledo apresenta Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,782, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), um dos melhores do Paraná.
Além disso, Toledo liderou o Valor Bruto da Produção Agropecuária estadual em 2023, somando R$ 4,59 bilhões. Foi o 11º ano consecutivo em primeiro lugar. Em maio de 2025, a cidade foi classificada como a 6ª mais desenvolvida do Brasil, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). O PIB de Toledo chegou a R$ 7,5 bilhões em 2021, com PIB per capita de R$ 51.745,73.

Paraná possui nove municípios em destaque no rebanho suíno do Brasil
Nove municípios paranaenses figuram entre os maiores produtores de proteína animal no país, incluindo a suinocultura: Toledo, Marechal Cândido Rondon, Castro, Carambeí, Nova Aurora, Palotina, Assis Chateaubriand, Arapoti e Ortigueira.
Os produtores paranaenses abateram 12,4 milhões de porcos em 2024, o que representa 21,5% de todos os abates realizados no Brasil no período, de acordo com o IBGE. Ao longo da última década, eles sustentaram um ritmo firme de crescimento. Entre 2014 e 2024, o volume de abates no estado saltou de 6,9 milhões para 12,4 milhões de suínos, o que representa um aumento de 79%.
Segundo o engenheiro agrônomo Edson Pacheco, gerente da Associação Regional de Suinocultores do Oeste do Paraná (Assuinoeste), um dos principais desafios para os produtores é a questão ambiental, porque as áreas agrícolas da região estão com alto teor de carga orgânica, relacionada aos dejetos.
Além disso, o engenheiro agrônomo aponta o problema da sucessão familiar. Para manter os produtores na região, é necessário aumentar os ganhos e assim cobrir as necessidades das famílias. “Temos que buscar tratamentos alternativos, soluções que possam destravar o teto produtivo da suinocultura no oeste do Paraná. Assim, o produtor pode aumentar o seu plantel, com o mesmo número de hectares. Precisa melhorar a eficiência do tratamento dos dejetos, onde se extraia a carga poluidora e a água seja retirada do substrato, sendo reutilizada na granja”, afirmou o gerente.
Fonte: gazetadopovo






