Provavelmente já lhe aconteceu: de repente, você sente tanta saudade de uma série que porque quer reviver as sensações da primeira vez. Digamos que seja o caso de uma minissérie original relativamente nova (dos últimos cinco anos) e com poucos episódios: , de 10 capítulos.
Baseada no romance de Emily St. John Mandel, a série começa com uma pandemia que devasta tudo. Vinte anos depois, Kirsten () faz parte de uma trupe que percorre a região entretendo as aldeias dos sobreviventes. Não vou revelar muito, mas digamos apenas que há uma história misteriosa circulando e, incidentalmente, um culto perigoso cujo líder está de alguma forma ligado à protagonista.
Um bálsamo pós-pandemia
Apesar de se passar em um mundo pós-apocalíptico causado por uma pandemia mortal, Station Eleven foi um bálsamo em uma época em que o nosso próprio “fim do mundo” era iminente. A pandemia de COVID-19 ainda era, talvez, muito recente, mas a série chegou na hora certa e com tudo perfeitamente ajustado.
HBO
O tom é fundamental. Depois de um bom período em que a mentalidade coletiva cultural associa descaradamente (e muitas vezes de forma bastante equivocada) , personagens eticamente questionáveis e outras fanfarras “adultas” (sexo, violência, etc.) com o que toda obra precisa ter para ser boa, o romance adaptado por lança muita luz e otimismo.
Mas Station Eleven não esconde a tragédia e o trauma pelos quais Kirsten e companhia passam: tanto a representação da pandemia quanto outras circunstâncias demonstram aquele aspecto de “o homem é o lobo do homem” que funciona tão bem nesse tipo de ficção.
Mas onde a série realmente se destaca é de onde vem esse otimismo, essa luz: é uma ode à arte em todas as suas formas. Uma canção de amor, sobretudo, ao teatro, a Shakespeare e a todos aqueles que se dedicaram à literatura e às outras artes. É uma história de como a arte nos transforma e nos torna as pessoas que somos. Sem ignorar as complexidades e contradições de seus personagens, a série expõe veementemente sua tese.
Essa introspecção não é nada surpreendente, considerando que Somerville também estava trabalhando em outra joia recente da HBO: , que também teve seu lado positivo em meio a um mundo que virou de cabeça para baixo. Station Eleven é, claro, menos ambiciosa que a série de , mas igualmente fascinante. Está disponível na HBO Max.
Fonte: adorocinema
