Na costa de Gana, a morte não representa um fim silencioso, mas sim uma celebração da vida que se foi. Entre o povo Ga, funerais são cerimônias vibrantes, com tambores, dançarinos e caixões esculturais que viraram símbolo cultural do país.
Conhecidos como “caixões fantasia”, essas obras de arte são feitas sob medida para refletir os sonhos, a profissão ou a personalidade da pessoa falecida. O caixão pode ter forma de um carro, peixe, pássaro, fruta, animal ou até objetos modernos como celulares e garrafas de refrigerante.
A tradição começou nos anos 1950, quando o carpinteiro Seth Kane Kwei construiu um palanquim em forma de vagem de cacau para um líder local, e a peça acabou sendo usada em seu funeral. Desde então, a prática se espalhou e se transformou em ofício hereditário entre artesãos ganeses.
Mais do que rituais de despedida, os funerais se tornaram um espetáculo de identidade: familiares encomendam caixões criativos como forma de eternizar o legado de quem parte.
A fotógrafa suíça Regula Tschumi dedicou 20 anos a documentar essa cultura, reunindo imagens no livro ‘Enterrado em Estilo’, com registros entre 2004 e 2024 em diversas regiões de Gana, entre povos como Ga, Fante, Ewe e Asante.
Fonte: primeirapagina