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Descubra 7 tradições de Natal únicas ao redor do mundo

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  • A cada 25 de dezembro, países onde a cultura cristã é dominante são tomados por festividades de Natal, com decorações, reuniões familiares e entregas de presentes. Mas, embora as celebrações natalinas compartilhem as mesmas raízes e características gerais, essa data não é exatamente idêntica em todas as partes do mundo. De fato, até mesmo a data pode variar: há quem prefira, como muitos brasileiros, fazer o grosso das celebrações já na véspera; em outros lugares, os presentes só vêm no Dia de Reis, em 6 de janeiro.

    As diferentes tradições, porém, vão muito além das mudanças no calendário. Tem quem use o Natal para rememorar os mortos, quem aproveite a data para expiar o mal do mundo em grandes fogueiras, e até tradições curiosas como a figura de um homem agachado defecando que entra inesperadamente no meio do presépio, como ocorre na Catalunha.

    Conheça algumas tradições de Natal que fogem do óbvio ao redor do mundo:

    1. Finlândia: recordando os mortos

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    Um mercado de Natal em Helsinque, capital da Finlândia (Marit Henriksson/Wikimedia Commons)

    Na Finlândia, quem já se foi também “participa” do Natal. Enquanto outros países costumam utilizar o Dia dos Mortos, no começo de novembro, para recordar os entes queridos, por lá as famílias acendem velas e colocam decorações especiais nos túmulos em 24 de dezembro.

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    A tradição traça suas origens no Kekri, um antigo festival da colheita que costumava ocorrer na época do Halloween, mas, com o passar dos séculos, acabou tendo suas celebrações transferidas para a proximidade do Natal. Tudo ganhou ainda mais força após a Guerra de Inverno, nome dado ao front finlandês no começo da Segunda Guerra Mundial, quando o país resistiu às investidas soviéticas ao custo de dezenas de milhares de mortes, que passaram a ser recordadas nessa época do ano.

    2. Japão: a noite do frango frito

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    Um KFC em Sapporo, no Japão: jogada de marketing dos anos 70 criou tradição natalina no país (Dominic Kurniawan Suryaputra/Unsplash)

    Nem 2% da população japonesa segue o cristianismo, o que deveria tornar o Natal uma data pouco relevante na cultura local. Tudo mudou com uma campanha de marketing bem-sucedida nos anos 70: aproveitando que os japoneses consumiam cada vez mais produtos e mídias ocidentais, a gerência local da rede de fast food KFC resolveu promover a data como uma ótima oportunidade para comer frango frito em família ou entre amigos.

    Deu super certo: ainda que as festividades natalinas não sejam muito arraigadas entre os japoneses, a noite do KFC se tornou uma tradição que atravessou gerações. No ano passado, por exemplo, mais de 3,5 milhões de lares do Japão encomendaram frango frito para passar a data – um número que supera com sobras a quantidade de pessoas que celebrariam o Natal no país por questões religiosas.

    3. Espanha: abram alas para o Caganer

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    Camponês que defeca para fertilizar a terra, ‘Caganer’ virou ícone do Natal catalão (Enric/Wikimedia Commons)

    Na Catalunha, os presépios não se resumem às tradicionais representações de Maria, José, Jesus na manjedoura, os Reis Magos e os animais da estrebaria: junto a todos eles, aparece um homem agachado, com as calças arriadas, defecando. É o Caganer, que utiliza roupas típicas de um camponês catalão, e a ideia é que ele traga boa sorte, “fertilizando” a terra.

    Ainda que seja muito consagrado nessa parte da Espanha, o Caganer também tem versões locais usadas de forma mais esporádica em outras regiões espanholas, em Portugal, e no sul da Itália. Tornando a tradição ainda mais curiosa, ele não é a única figura relacionando o ato de defecar ao espírito natalino: na Catalunha, também é recorrente o Tió de Nadal (“Tronco de Natal”), uma tora de madeira que é “alimentada” com doces nos dias prévios e, posteriormente, golpeada por crianças para que evacue seus presentes quando chegar a hora.

    4. Itália: “bruxa” em vez do Papai Noel

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    O Papai Noel e a Befana, a tradição folclórica local sobre quem de fato entrega os presentes (Massimiliano Galardi/Wikimedia Commons)

    A Befana é uma figura do folclore italiano com missão semelhante à do Papai Noel em outros países: esta velhinha traz presentes para quem se comportou bem e “pune” quem não foi bom no ano que se passou. Ao longo dos séculos, sua imagem adquiriu características tipicamente associadas à caricatura de uma bruxa, e contam que ela voa por aí sobre uma vassoura, enquanto deixa os presentes pelo caminho, na véspera do Dia de Reis, na virada de 5 para 6 de janeiro.

    Apesar das origens incertas, a história que mais se conta sobre a Befana é a seguinte: perdidos no caminho para Belém, os Reis Magos teriam parado na casa de uma senhora na estrada, pedindo indicações de como chegar ao local onde Jesus nasceu. A dona de casa indicou o destino, mas recusou o convite para acompanhá-los… e, depois, se arrependeu. A partir daí, com um saco cheio de presentes para entregar a Jesus, a Befana partiu atrás dos Reis Magos. Como nunca mais os encontrou, está desde então percorrendo o mundo e deixando prendas para as crianças por onde passa, na esperança de que alguma delas seja o ilustre filho de Maria.

    5. Guatemala: a queima do diabo

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    LA QUEMA DEL DIABLO – GUATEMALA Follow @theguatemalalist to discover meaningful travel experiences across Guatemala. Every year on December 7, Antigua lights up with one of Guatemala’s most iconic traditions. A towering Devil figure is set on fire, a symbolic way of letting go of the old and welcoming the Christmas season. This celebration fills the streets with firecrackers, food stalls, and families gathering to watch the flames rise. A night where culture, memory, and tradition come together in one place. If you’re looking for a country where heritage is alive, this is one of the nights you should experience. Welcome to Guatemala. La Quema del Diablo, Antigua Guatemala, Guatemala Travel, Cultural Traditions, The Guatemala List

    ♬ original sound – theguatemalalist

    Na Guatemala, uma das mais aguardadas celebrações dessa época na verdade acontece antes mesmo do Natal: a cada 7 de dezembro, véspera do Dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, os habitantes dessa nação centro-americana realizam a “quema del diablo”, uma celebração pública que busca representar a vitória do bem sobre o mal, rumo ao nascimento de Jesus Cristo.

    É literalmente o que o nome sugere: figuras satânicas de papel machê são exibidas nas ruas e posteriormente queimadas, em uma busca por expiar o que há de ruim no mundo. Dependendo do lugar, é comum que os demônios carreguem outros elementos que as pessoas querem que fiquem para trás, como imagens de políticos ou referências a desgraças vividas no último ano, que também são incineradas.

    6. Venezuela: Patinatas Navideñas

    É uma tradição que hoje está ameaçada. Mas, por quase meio século entre os anos 1950 e o início dos anos 2000, os dias prévios ao Natal na Venezuela eram tomados por uma tradição sui generis: andar de patins pelas ruas da cidade, aproveitando o calor dessa época em um país voltado para o Caribe, como uma forma de entreter as crianças antes de ir para as celebrações religiosas, como a Missa do Galo. Muitas, aliás, aproveitavam para estrear os patins que só deveriam ganhar de presente alguns dias mais tarde.

    As tais Patinatas Navideñas entraram em declínio com a crise econômica e social vivida pela Venezuela na última década, especialmente pelo aumento da criminalidade nas grandes cidades, mas continuam a ocorrer esporadicamente em algumas partes do país – com muitos venezuelanos se esforçando para trazê-las de volta, destacando como essa forma de comemorar o Natal diferencia o país de outros lugares do mundo.

    7. Etiópia: Natal? Só em janeiro

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    Véspera de Natal na Etiópia (que acontece em janeiro) é marcada por vigílias à luz de velas (Henok Gizachew/Wikimedia Commons)

    Apesar de não levar muita fama fora dos círculos especializados no assunto, a Etiópia é um dos países pioneiros do cristianismo, tendo convertido para essa religião ainda no século 4. O Natal por lá é tão tradicional que até segue o antigo calendário juliano, que as nações ocidentais trocaram pelo gregoriano (que usamos atualmente) em 1582.

    A consequência é um descompasso de dias, o que faz com que o Natal etíope não seja comemorado em 25 de dezembro, mas em 7 de janeiro, algo que também ocorre nas Igrejas Ortodoxas da Grécia e da Rússia, por exemplo. A celebração nessa nação africana tem um significado ainda mais especial: embora a Bíblia afirme que os Reis Magos vieram “do Leste”, a fé etíope garante que os homens responsáveis por levar ouro, incenso e mirra para o recém-nascido Jesus na verdade saíram dessa parte da África. Na véspera do Natal da Etiópia, milhares de fiéis saem às ruas com velas, em vigília para celebrar a vinda de Cristo.

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    Fonte: viagemeturismo

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