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Descubra 6 animais venenosos que surpreendem pela aparência

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O veneno é um dos mecanismos evolutivos de defesa mais comuns de que se tem notícia na natureza.  Ele pode vir de duas formas: um animal venenoso é aquele que libera a toxina passivamente, ou seja, o veneno precisa ser ingerido, tocado ou inalado para causar efeito. Já um bicho peçonhento possui um mecanismo especializado para injetar o veneno ativamente, como presas, ferrões ou espinhos (pense em cobras ou escorpiões, por exemplo).

Que aranhas e rãs se enquadram nesses grupos, todo mundo sabe. Mas, às vezes, o veneno ou a peçonha aparece em animais insuspeitos, como estes abaixo.

NYCTICEBUS

Fotografia de um primata Nycticebus.
(Wikimedia Commons/Reprodução)

Olhe para a cara deste bichinho e diga: não é a coisa mais fofa que você já viu na vida? Pois a carinha do nycticebus (ou “Lóris vagaroso”) esconde o perigo: este é o único primata venenoso do mundo. Ele é capaz de secretar toxinas na saliva e das glândulas na parte interna das patas dianteiras.

Por serem pequenos e lentos, esses animais têm um contraponto evolutivo: a coloração em seus rostos chama atenção para a boca, onde há a saliva venenosa. Predadores que estejam a fim de papar os bichinhos vão ali primeiro, o que pode resultar em envenenamento. Os lóris também esfregam o veneno em seu pelo para se defender.

As espécies de lóris vagaroso são ameaçadas pelo tráfico de animais, que os busca para vender como pets exóticos. Geralmente, os dentes dos bichos são arrancados pelos vendedores para que não haja o risco da mordida venenosa. É por isso que animais resgatados precisam viver em cativeiro para o resto da vida, já que, sem os dentes, não têm mais como se defender.

ORNITORRINCO

Fotografia de um ornitorrinco.
(phototrip/Getty Images)

Este curioso animal, que parece uma mistura de pato com castor, é uma das cinco espécies da ordem dos monotremados, que são os mamíferos que botam ovos. Eles diferem dos mamíferos placentários (em que o filhote cresce no interior do útero) e dos marsupiais (em que parte do desenvolvimento ocorre no marsúpio/bolsa).

Apesar de bonitinho, ele é perigoso: os machos possuem esporões nos calcanhares das patas traseiras que contêm veneno. A substância é mais potente durante a época de acasalamento, o que leva a acreditar que seja uma arma evolutiva na disputa contra outros machos por fêmeas e território. Apesar de não ser letal para humanos, o veneno é capaz de nos causar uma dor excruciante.

Esse não é o único superpoder do ornitorrinco: seu bico possui eletrossensores capazes de detectar os sinais elétricos emitidos pelos músculos e nervos de suas presas. Com isso, ele consegue caçar no escuro. Fofinho e mortal!

CARAVELA-PORTUGUESA

Fotografia de uma caravela portuguesa.
(Wikimedia Commons/Reprodução)

A caravela-portuguesa existe nas partes tropicais de todos os oceanos do mundo. Ela não nada: em vez disso, fica na superfície da água, sendo levada pelo vento, enquanto seus 30 metros (em média) de tentáculos ficam pendendo na água, esperando um peixe para ser capturado.

Cada tentáculo possui nematocistos que transmitem um veneno capaz de paralisar suas presas. Essa transmissão pode acontecer mesmo que o bicho esteja morto, como normalmente acontece com as caravelas que são empurradas para a areia. Cuidaddo: melhor não colocar a mão!

O veneno é extremamente doloroso em humanos e pode causar inchaço da laringe, o que, por sua vez, pode levar ao bloqueio das vias aéreas. Em alguns casos raros, o veneno da caravela-portuguesa pode levar à morte.

Todo ano, cerca de 10 mil pessoas são afetadas por queimaduras de caravelas-portuguesas na Austrália, onde este animal é endêmico. Recomenda-se lavar o ferimento com água do mar e remover os tentáculos o quanto antes.

BORBOLETA-MONARCA

Fotografia de uma borboleta monarca.
(Wikimedia Commons/Reprodução)

Estas borboletas são naturais da América do Norte e são conhecidas por realizarem a mais longa migração realizada por um invertebrado numa única geração. Após atingirem a fase adulta no Canadá, os animais voam 400 km até o México para passar o inverno. 

As monarcas gostam de se alimentar das asclépias, plantas conhecidas por sua seiva leitosa. Muitas das espécies são tóxicas, de modo que as borboletas acabam ficando tóxicas também, principalmente durante a fase de lagarta. Em grandes quantidades, essas toxinas podem causar náuseas, vômitos, visão embaçadas e até disrupções fatais no ritmo cardíaco. 

CODORNA

Fotografia de uma codorna-comum.
(Wikimedia Commons/Reprodução)

Calma, não são as aves que produzem os ovos que você come! No Brasil, a espécie mais comum criada para a produção de ovos é a codorna-japonesa (Coturnix japonica), cujas populações são criadas em granjas especializadas.

A espécie venenosa é a codorna-comum (Coturnix coturnix), que vive na Europa e na Ásia ocidental. Sua carne é ocasionalmente tóxica (provavelmente devido a algum vegetal que os bichos comem, ainda não identificado pelos cientistas), e consumi-la pode causar dor muscular, vômito e náuseas.

BAIACU

Fotografia de um baiacu.
(aries/Getty Images)

O simpático peixe com espinhos, conhecido por inflar quando ameaçado, é uma iguaria em algumas culinárias, como a japonesa. Mas cuidado: ele possuí um dos venenos mais potentes da natureza, a tetrodotoxina, que pode ser letal para humanos. Para o consumo seguro, é preciso retirar a vesícula biliar do peixe, com cuidado para não rompê-la: é lá que fica concentrada a toxina. Mesmo assim, em algumas espécies, há tetrodotoxina em outros órgãos e tecidos também, por isso especialistas indicam evitar o consumo.

BÔNUS: DINOSSAUROS

Alguns cientistas especulam que alguns dinossauros podem ter sido peçonhentos. Isso porque os animais peçonhentos costumam ter dentes específicos para facilitar a injeção do veneno, e alguns fósseis já foram identificados com dentes similares. A evidência não é conclusiva e pode ser que seja só uma hipótese furada. Mas a ideia de dinossauros peçonhentos daria um Jurassic Park melhor do que todos esses do Chris Pratt.

Fonte: abril

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