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Descubra 5 iniciativas de afroturismo no Brasil que promovem a cultura negra

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Para turistas negros, a viagem pode ser um respiro necessário após anos de violências cotidianas, um reencontro com histórias que o tempo apagou ou uma tentativa de reconstruir os laços com uma ancestralidade interrompida. Essa busca é a essência do afroturismo, um segmento em expansão no Brasil e no mundo, que tem como missão valorizar memórias, patrimônios e vivências negras.

No Brasil, o afroturismo ganha forma por meio de plataformas, agências e coletivos que transformam essa busca por pertencimento em roteiros reais. A Consciência Negra, celebrada em 20 de novembro, pode ser um bom momento para saber mais sobre o tema, mas a relevância do afroturismo se estende por todo o calendário. A seguir, confira cinco iniciativas que materializam a força desse turismo:

1. Diáspora.Black

A Diáspora.Black é o nome mais consolidado quando se fala em turismo afrocentrado no Brasil. A plataforma nasceu da experiência pessoal de seus fundadores, que viveram episódios de discriminação em viagens e hospedagens, e decidiram transformar essa dor em solução para a comunidade.

Hoje, a empresa funciona como um marketplace de experiências, hospedagens, cursos e tours conduzidos em 145 cidades e 18 países. O diferencial está no alcance, que vão desde roteiros por marcos como o Pelourinho na Bahia até iniciativas de turismo comunitário voltado para escolas, ONGs e empresas.

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Entre as atrações oferecidas está a Caminhada Jampa Negra, que destaca partes pouco faladas da história de João Pessoa e transforma o Centro Histórico em um local de aprendizado sobre memória, política e cultura afro-brasileira. Outra opção é o Bater Perna Tour, que mistura história, cultura e sabores da Amazônia em um passeio pelo centro histórico de Belém do Pará.

2. Viva Pequena África

Um dos lugares que sintetizam a presença negra no Brasil é a Pequena África, zona portuária do Rio de Janeiro onde memória, luta e cultura seguem pulsando apesar de séculos de apagamentos. É ali que surge o Viva Pequena África, projeto que reposiciona o território não só como destino turístico, mas como um eixo de reparação histórica.

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O projeto se apoia em três pilares: preservar e valorizar o patrimônio afro-brasileiro, fomentar o afroturismo e fortalecer a governança comunitária, garantindo que quem vive ali – e mantém essa história viva – seja protagonista das decisões.

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Na prática, tudo isso se traduz em caminhar por espaços que a cidade tenta esquecer, mas que continuam falando alto. No Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco, estão os vestígios da chegada de milhões de africanos escravizados às Américas.

Já a Pedra do Sal, monumento religioso e histórico da cultura afro-brasileira, expõe a força da comunidade negra que ocupou a área desde o século 18 – de quituteiras e capoeiristas a estivadores que mantinham a cidade em movimento. Foi ali que surgiram os primeiros terreiros de candomblé do Rio, o samba carioca e os antigos cordões carnavalescos, dando início a tradições que seguem vivas até hoje.

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Na região, outro ponto essencial é o Largo da Prainha, hoje conhecido pelos bares e pelo movimento constante, mas com uma história que vai muito além da vida noturna. No centro do largo está a estátua de Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Teatro Municipal e figura-chave na difusão de expressões afro-brasileiras. Já o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira reúne cerca de 2,5 mil itens que dialogam diretamente com a memória e o território da Pequena África.

Ao lado de iniciativas como o Viva Pequena África, operadoras como a Etnias Turismo e Cultura vêm ampliando o alcance desse território. Guias que pesquisam e respiram essa história conduzem roteiros que oferecem ao visitante a chance de entender o Rio de Janeiro a partir das vozes que por tanto tempo foram silenciadas.

3. Guia Negro

Há oito anos, o Guia Negro ajuda viajantes a enxergar o que tantas cidades escondem: as histórias e culturas negras que sustentam seus territórios. A plataforma virou referência em afroturismo ao promover caminhadas, roteiros e tours que revelam camadas apagadas de cidades como São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Macapá. Além das atividades presenciais, o projeto produz conteúdo sobre viagens, cultura negra e movimentos sociais.

Em São Paulo, o destaque é a Caminhada São Paulo Negra, que cruza bairros como Liberdade e Bixiga até chegar ao Largo do Paissandu, em um trajeto de 3,5 km que desenterra histórias soterradas pelo avanço da cidade. Pelo caminho, surgem marcos como a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, erguida por trabalhadores negros; a estátua da Mãe Preta, homenagem às mulheres que amamentaram gerações sem reconhecimento; e o antigo Largo da Forca, local de punições a pessoas escravizadas. Cada ponto reabre capítulos essenciais para entender a história da capital.

O roteiro também aproxima o visitante de figuras como Carolina Maria de Jesus, Luiz Gama, Tebas e Zumbi dos Palmares, mostrando como suas trajetórias ajudam a explicar o país.

Na Bahia, o Guia Negro conduz roteiros como a Caminhada Salvador Negra, o Suburbana Tour e a Caminhada Boipeba Roots, destacando histórias, personagens e espaços fundamentais da presença negra no estado. Ao revisitar bairros, praças e áreas portuárias, esses percursos ajudam a iluminar memórias muitas vezes deixadas à margem. O movimento já gerou impactos concretos, como a renomeação de ruas e praças em homenagem a figuras negras antes invisibilizadas.

4. Brafrika Viagens 

Fundada em 2019 por Bia Moremi, a Brafrika Viagens é uma agência especializada em afroturismo, com foco em roteiros no Brasil e no continente africano, em territórios marcados pela história e ancestralidade negra. A empresa oferece viagens em grupo, pacotes nacionais e internacionais e intercâmbios na África do Sul.

Além das viagens, a agência criou o Teste de DNAfro, desenvolvido especialmente para a população negra brasileira, que permite identificar o país ou região de origem de seus antepassados.

Os roteiros são sazonais, e incluem viagens nacionais e internacionais com forte dimensão cultural, voltadas para brasileiros. Um dos produtos atuais é o pacote para a Investec Cape Town Art Fair, maior feira de arte contemporânea da África, que combina visitas guiadas, atrações culturais sul-africanas, tours urbanos e vinícolas de proprietários negros.

5. Linha Preta 

O Linha Preta é um roteiro turístico de Curitiba que destaca a contribuição negra na formação física, social e cultural da capital paranaense. O projeto nasceu em 2018, desenvolvido por alunos de Jornalismo do UniBrasil Centro Universitário em parceria com o Centro Cultural Humaita, especializado em arte e cultura afro-brasileira.

O circuito passa por 21 marcos da região, apresentando referências históricas e culturais que comprovam a participação ativa da população negra na construção da cidade. Alguns dos pontos são o Memorial Africano, o Museu Paranaense e a Praça 19 de dezembro, que oferecem ao público uma leitura ampliada da capital, valorizando personagens, espaços e práticas que tradicionalmente ficaram à margem das narrativas oficiais. Confira o mapa completo no site.

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Fonte: viagemeturismo

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