Em todo o mundo, milhões de pessoas se voltam a Jesus como símbolo de fé, esperança e salvação. Mas a forma como ele é representado visualmente muda de acordo com a cultura, a história e as tradições de cada povo.
Do Oriente Médio à Coreia, passando por Alemanha, México e Índia, as imagens de Jesus carregam traços locais que revelam tanto a devoção quanto o olhar singular de cada civilização.
O Primeira Página selecionou 10 representações marcantes de Jesus em diferentes contextos, que mostram como a figura de Cristo transcende fronteiras e se adapta ao olhar de quem acredita.
1.Oriente Médio: Jesus com traços semitas
A imagem mais próxima do Jesus histórico traz pele morena, cabelos escuros e feições típicas do Oriente Médio – a região onde ele nasceu e viveu. Essa representação tem ganhado força nos últimos anos por buscar um retrato mais realista e histórico de Cristo.
2.Alemanha: o Jesus europeu clássico
Com traços delicados, pele clara, olhos claros e cabelos castanhos, a imagem alemã de Jesus reflete o padrão europeu que se consolidou em muitas igrejas ocidentais a partir do Renascimento. Essa representação ainda é uma das mais difundidas no imaginário cristão global.
3.Coreia: traços asiáticos e arte local
Na arte sacra coreana, Jesus ganha feições asiáticas e aparece com elementos visuais da tradição local, como caligrafias e padrões decorativos orientais. É uma expressão da inculturação da fé cristã no Leste Asiático.
4.México: o sagrado coração e a devoção popular
A imagem mexicana é marcada pela representação do Sagrado Coração de Jesus, símbolo muito difundido na religiosidade latino-americana. Os olhos azuis e o semblante doce refletem uma fusão entre a arte religiosa europeia e o fervor popular latino.
5.Índia: espiritualidade e simbolismo hindu
Na versão indiana, Jesus aparece com pele morena e postura meditativa, refletindo a espiritualidade oriental. O símbolo “Om” sobre o peito remete à unidade divina e à ligação entre o Cristo e a busca espiritual universal.
6.Budismo: o Cristo meditativo
Influenciado pela iconografia de Buda, o Cristo budista aparece sereno, com as mãos em mudra (gesto simbólico) e envolto por mandalas. A imagem aponta para uma identificação entre os ensinamentos de compaixão e paz presentes em ambas as tradições.
7.Islamismo: Jesus como profeta
No islamismo, Jesus (Isa) é reconhecido como um dos maiores profetas de Deus, e não como o filho de Deus. Em representações artísticas antigas, ele aparece cercado de anjos ou discípulos, geralmente com o rosto velado ou simbolizado por luz, em respeito à tradição iconográfica islâmica.
8.Etiópia: o Cristo africano
Em muitas igrejas da Etiópia, Jesus é representado com pele escura, olhos grandes e arte bizantina reinterpretada com estilo africano. Essa representação fortalece a identidade cultural e a ancestralidade do cristianismo africano.
9.Brasil: sincretismo e afeto popular
No Brasil, a imagem de Jesus costuma dialogar com elementos da cultura popular, do catolicismo tradicional ao sincretismo com religiões de matriz africana. A figura de Cristo é, muitas vezes, humanizada e próxima do povo, presente em procissões, festas e altares domésticos.
10.Arte copta: fusão de símbolos
Na arte copta, expressão cristã desenvolvida no Egito entre os séculos III e XII, Jesus é representado como figura central, refletindo uma fusão singular de influências culturais e religiosas. Essas representações incorporam elementos da arte egípcia antiga, greco-romana, síria e do Oriente Próximo, criando uma iconografia única. Jesus aparece com traços que dialogam tanto com o imaginário cristão quanto com as tradições visuais locais, evidenciando a profunda espiritualidade e identidade cultural dos cristãos coptas.
Fonte: primeirapagina