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Descoberta do Príncipe Dragão da Mongólia: Fóssil revela elo evolutivo do T-rex

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Na Mongólia, um fóssil há muito esquecido finalmente reivindicou seu lugar na realeza dos dinossauros. Cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie de tiranossauro que pode ser o elo perdido crucial na ascensão evolutiva do Tyrannosaurus rex. O nome é uma homenagem ao local da descoberta, e uma brincadeirinha com sua posição na hierarquia dos rex:  Khankhuuluu mongoliensis, o Príncipe Dragão da Mongólia.

Esse predador de porte médio, que viveu há 86 milhões de anos, é 20 milhões de anos mais velho que o icônico T-rex. Ele pode ajudar na compreensão sobre como pequenos dinossauros evoluíram para se tornar os animais colossais do fim do período Cretáceo.

“Queríamos transmitir que o Khankhuuluu era uma espécie mais primitiva e menor – um príncipe, em vez de um rei como seus descendentes tiranossauros muito maiores”, disse Darla Zelenitsky, paleontóloga da Universidade de Calgary e coautora do estudo publicado na revista Nature, para o Science Alert.

O Khankhuuluu media cerca de dois metros até os quadris e tinha quatro metros de comprimento, além de pesar aproximadamente 750 quilos. Ainda assim, era pequeno comparado a seus parentes futuros: o T-rex ultrapassava 12 metros de comprimento e pesava mais de 10 toneladas. Segundo os cientistas, a estrutura corporal e a anatomia do Khankhuuluu mostram que ele já estava trilhando o caminho rumo ao domínio predador.

“Ele tinha pernas longas e esguias, provavelmente era um predador muito ágil”, disse Jared Voris, paleontólogo da Universidade de Calgary e coautor do estudo. “Seu crânio era leve, não conseguia aplicar mordidas tão poderosas e esmagadoras de ossos como seus descendentes tiranossauros”, para o Science Alert.

Os esqueletos parciais que levaram a essa descoberta estavam guardados em gavetas de museu há décadas. Coletados pela primeira vez em 1972 e atribuídos erroneamente a outro gênero, eles foram recentemente reexaminados por Voris. “Percebi que era algo completamente diferente de tudo que já tínhamos visto”, contou ele ao Live Science. “E na verdade representava o ancestral de todos os grandes tiranossauros predadores do topo da cadeia alimentar que encontramos tanto aqui em Alberta quanto na Mongólia e na China” .

Comparações entre os fósseis indicam migrações de ida e volta entre a Ásia e a América do Norte, cruzando o que hoje é o Estreito de Bering. Por volta de 85 milhões de anos atrás, o Khankhuuluu — ou uma espécie próxima — pode ter migrado para a América do Norte, dando origem a carnívoros como Gorgosaurus e Thanatotheristes. Mais tarde alguns desses predadores voltaram para a Ásia, onde se ramificaram em diferentes caminhos evolutivos: viraram gigantes como Tarbosaurus e caçadores esguios como Qianzhousaurus, apelidado de “Pinóquio rex”.

“Esse vai e vem migratório foi fundamental para a diversificação explosiva da família dos tiranossauros”, disse Steve Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo, que não participou do estudo. “A árvore genealógica dos tiranossauros foi moldada pela migração, assim como muitas das nossas famílias humanas”, para o Live Science.

O Khankhuuluu provavelmente caçava presas menores que ele – ao contrário do T-rex, que dominava tanto o papel de maior predador quanto o de predador intermediário em seu ecossistema. Zelenitsky observou que “os juvenis eram animais menores, ágeis, com focinhos mais estreitos, que caçavam presas menores do que os adultos. Eles essencialmente ocupavam o nicho de predador intermediário” .

Embora modesto em tamanho, o Príncipe Dragão pode ser a chave para entender como reis (jeitinho carinhoso da equipe chamar os T-rexes) chegaram ao trono. Como resume Voris: “Eles eram os príncipes antes de assumirem o manto da realeza”.

Fonte: abril

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