Telescópios caçadores de exoplanetas, cujo exemplo mais famoso é o já aposentado Kepler – que operou entre 2009 e 2018 e identificou 2.778 orbes alienígenas –, usam truques sutis para detectar exoplanetas. Da sombra que o planeta faz quando passa na frente de sua estrela, é possível deduzir seu tamanho. Da maneira como a estrela oscila, sai a massa – pois estrelas “dançam” um pouquinho em resposta à gravidade de seus planetas.
Tendo em mãos tamanho e massa, calcula-se a densidade – que diz, por exemplo, se o planeta é sólido ou gasoso. Por último, caso o planeta tenha atmosfera (como o nosso), a luz da estrela que atravessa a atmosfera antes de nos alcançar carrega consigo informações sobre o coquetel de gases que a compõem.
Carrega porque cada molécula filtra a luz de uma maneira diferente, absorvendo certas cores (que equivalem a comprimentos de onda de radiação eletromagnética) e deixando outras cores passarem e alcançarem o telescópio. O nome dessa técnica é espectroscopia, e é graças a ela que sabemos a composição química de tudo no Universo – inclusive o Sol.

Fonte: abril