Você sabia que a rotação da Terra está acelerando e isso afeta até mesmo a duração dos nossos dias? De acordo com o Observatório Naval dos EUA e outros institutos científicos, o dia 5 de agosto será 1,25 milissegundos mais curto que as tradicionais 24 horas. Isso ocorre porque a Terra está girando um pouco mais rápido, algo que, embora imperceptível no dia a dia, tem implicações técnicas importantes.
O canal de notícias CNN destacou que o dia mais curto de 2025 ocorreu no dia 10 deste mês, com 1,36 milissegundos a menos. No entanto, o recorde ainda pertence ao dia 5 de julho de 2024, quando o tempo de rotação foi 1,66 milissegundos mais curto do que o padrão — o menor já registrado desde que o relógio atômico de césio entrou em uso prático em 1955.
Por que os dias estão ficando mais curtos?
Embora a diferença de tempo não seja percebida por nós, o encurtamento dos dias preocupa especialistas. Isso porque, a longo prazo, essas pequenas variações podem impactar sistemas como servidores de internet, satélites, sistemas de comunicação e bancos de dados globais que dependem de sincronização precisa.
Durante décadas, a rotação da Terra vinha desacelerando levemente, fazendo com que fosse necessário adicionar o chamado “segundo intercalar”, que ajustava o tempo oficial estendendo um dia por 1 segundo. Isso ocorreu 27 vezes entre 1972 e 2017, para alinhar o tempo astronômico ao tempo atômico.
O fim dos segundos intercalares
A “Conferência Geral de Pesos e Medidas”, responsável por regular o tempo em escala global, decidiu suspender gradualmente o uso dos segundos intercalares nos próximos 35 anos. A medida visa evitar problemas técnicos que podem surgir com os ajustes manuais em sistemas automatizados.
Com a recente aceleração da rotação terrestre, especialistas já começam a considerar um novo desafio: a possível introdução dos “segundos negativos”, ou seja, subtrair um segundo do tempo oficial para compensar o ganho de velocidade. Ainda não há previsão para essa mudança, mas o tema já está sendo debatido em fóruns internacionais.
Qual o impacto prático disso para você?
Mesmo que a diferença de milissegundos pareça irrelevante no cotidiano, sua relevância técnica é alta. Sistemas de navegação por satélite (como o GPS), redes bancárias globais e centros de dados precisam operar com extrema precisão temporal. Qualquer descompasso pode causar falhas de sincronização ou erros computacionais.
Por isso, organizações como o Observatório Naval dos EUA monitoram constantemente essas variações. No futuro, se a Terra continuar acelerando sua rotação, a adoção de mecanismos como os segundos negativos pode ser inevitável — e as empresas de tecnologia já estão se preparando para isso.
Fonte: cenariomt