O planejamento é fundamental para quem deseja investir em floresta plantada. A atividade, de longo prazo, exige que o produtor atrele o investimento ao consumo para evitar uma nova onda de sobre oferta no mercado. à o que explica Haroldo Klein, diretor da Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta).
Segundo ele, a produtividade no estado jĂĄ alcança patamares que permitem retorno ao produtor. âHoje jĂĄ se fala em 350 metros, 400 metros estĂ©reos por hectare, que sĂŁo produtividades que pagam o custo da floresta e te dĂĄ uma remuneraçãoâ, diz em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta semana.
Mas os custos iniciais seguem elevados e exigem planejamento. âO produtor que mete a mĂŁo na massa vai ter um investimento aĂ de R$ 12 mil, R$ 13 mil por hectare. Na terceirização vai de R$ 15 mil a R$ 16 mil. Tudo isso oneraâ, explica.
Klein ressalta que âpara investir em floresta, como Ă© uma atividade de longo prazo, hĂĄ necessidade de ter um atrelamento com o consumo, uma ligação muito prĂłxima para nĂŁo ter de novo essa sobre ofertaâ.
Ele defende o Programa de Suprimento SustentĂĄvel (PSS), no qual as indĂșstrias contratam o fornecimento com antecedĂȘncia. Segundo o especialista, isso proporciona mais segurança para o produtor.

Escalonamento de plantio é a melhor estratégia
Um dos grandes desafios para os produtores é o alto investimento inicial, concentrado principalmente nos dois primeiros anos. Haroldo Klein sugere que a melhor estratégia é fazer plantios menores, escalonados, para que a floresta atinja o ponto de colheita em anos diferentes.
âA solução seria vocĂȘ fazer plantios menores, vocĂȘ formar uma floresta. DaĂ vocĂȘ vai ter no futuro receitas tambĂ©m intercaladasâ, pontua.
Essa abordagem nĂŁo apenas reduz o desembolso financeiro, mas tambĂ©m otimiza o uso de maquinĂĄrio e o tempo das operaçÔes, que sĂŁo concentradas em um perĂodo curto no ano.
Produtividade e altitude: pontos de atenção
A produtividade de uma floresta plantada depende diretamente da tecnologia empregada no campo. O diretor da Arefloresta explica que as expectativas atuais de produtividade no setor sĂŁo bem mais altas do que no passado.
âProdutividade hoje ela se fala no mĂnimo. Inicialmente quando eu comecei a gente atingia 150 metros estĂ©reos por hectare e estĂĄvamos contentes. Hoje jĂĄ se fala em 350 metros, 400 metros estĂ©reos por hectareâ, diz Klein.
Ele ressalta, no entanto, que a altitude Ă© um fator crĂtico, especialmente em Mato Grosso. Ăreas com altitudes mais baixas, de 150 a 200 metros, sĂŁo mais suscetĂveis ao dĂ©ficit hĂdrico e apresentam problemas para o plantio.
âA altitude tem um impacto violento na produtividade. A melhor altitude aqui em Mato Grosso Ă© de 600 metros para cima. AĂ produz mesmo, Ă© garantia. NĂłs temos poucas espĂ©cies, poucos clones adaptados para essa condição de altitudeâ, finaliza.
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Fonte: canalrural