Cenário Político

Deputados de MT divergem em votação sobre taxas para Netflix e YouTube: entenda o debate

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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (5), o Projeto de Lei 8889/2017, que prevê a cobrança de tributo sobre os serviços de streaming audiovisual, como Netflix, YouTube e Claro TV+. A proposta, de autoria do deputado licenciado Paulo Teixeira (PT-SP), segue agora para análise no Senado Federal.

Entre os parlamentares de Mato Grosso, a votação ficou dividida. Foram dois votos favoráveis e dois contrários à nova taxação:


 
  • Coronel Assis (União Brasil) – Sim
  • Rodrigo da Zaeli (PL) – Sim
  • Gisela Simona (União Brasil) – Não
  • Juarez Costa (MDB) – Não
A matéria recebeu amplo apoio no plenário, com a justificativa de que o tributo servirá para fortalecer a indústria audiovisual brasileira e incentivar produções nacionais. O texto aprovado obriga as plataformas a pagar a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), em percentuais que variam de 0,1% a 4% da receita bruta anual, de acordo com o faturamento da empresa.

Estão incluídos na cobrança os serviços de vídeo sob demanda (VoD) — como Netflix e Prime Video —, os serviços de TV por aplicativo, como Claro TV+, e as plataformas de compartilhamento de vídeos, como YouTube. Empresas com receita anual de até R$ 4,8 milhões ficarão isentas, respeitando o teto do Simples Nacional.

O relator da proposta, deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), afirmou que a medida “vai mudar a história do audiovisual no Brasil”. Segundo ele, o projeto vai gerar emprego, renda e mais de R$ 1 bilhão para o setor, estimulando a produção independente e regional. “Seja o país que for, tem de respeitar nosso país e a nossa cultura”, afirmou.

A proposta também cria incentivos para o investimento direto em produções brasileiras. As plataformas poderão deduzir até 60% do valor da contribuição se aplicarem os recursos na produção, aquisição de direitos ou capacitação de mão de obra do audiovisual nacional. O percentual poderá chegar a 75% de desconto se mais da metade do catálogo da empresa for composto por conteúdos brasileiros.

Além disso, 30% da arrecadação será destinada a produtoras independentes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, medida que, segundo o texto, busca descentralizar os investimentos do eixo Rio–São Paulo e estimular polos regionais.

A lei também obriga as plataformas a destacarem conteúdos brasileiros em seus catálogos e a garantirem tratamento igualitário entre produções nacionais e estrangeiras nas recomendações aos usuários.

As novas regras entrarão em vigor 90 dias após a publicação da futura lei.

A divisão de votos entre os deputados de Mato Grosso reflete as diferentes interpretações sobre o impacto da medida. Enquanto os favoráveis defendem o projeto como uma forma de justiça tributária e valorização da cultura nacional, os contrários argumentam que a nova cobrança pode ser repassada aos consumidores, encarecendo o acesso às plataformas digitais e afetando o público de baixa renda.


 
Com informações da Agência Câmara

Fonte: leiagora

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