Você já se pegou repetindo um hábito que, no fundo, sabia que estava te fazendo mal?
Uma jovem brasileira de 23 anos resolveu abrir o coração em uma plataforma online e contar algo que muita gente vive em silêncio: o vício em conteúdo adulto.
O relato dela viralizou – não pela polêmica, mas pela honestidade.
E talvez porque toque num ponto delicado: a relação entre prazer, solidão e o impacto da tecnologia na nossa intimidade.

Tudo começou quando ela tinha por volta de 14 anos. Era só curiosidade, como acontece com muitos adolescentes.
Mas o tempo foi passando, e o que era uma simples descoberta virou rotina – e, mais tarde, necessidade.
“Hoje, não consigo dormir sem assistir. Virou um ritual”, escreveu ela em um fórum online.
Ela não se identifica, mas sua voz ecoa a de muitas pessoas que lidam com esse comportamento em silêncio, com vergonha ou confusão.
Apesar de já ter vivido alguns relacionamentos, ela conta que nunca conseguiu atingir o mesmo nível de prazer com outra pessoa. Apenas sozinha, na frente da tela, sente satisfação.
“Mesmo quando estou com alguém, nunca me sinto tão satisfeita quanto sozinha assistindo,” desabafa.
Esse tipo de dependência, embora pouco falado, afeta diretamente a forma como a pessoa se conecta – emocional e fisicamente – com o outro. E quanto mais o hábito se fortalece, mais difícil fica criar vínculos verdadeiros.
Durante os meses de quarentena, a situação piorou. Sozinha, sem rotina definida e buscando alguma forma de alívio emocional, ela mergulhou ainda mais nesse padrão.
Não foi um caso isolado. De acordo com o UK Addiction Treatment Group, os pedidos de ajuda para esse tipo de compulsão cresceram significativamente entre 2020 e 2021 – e isso vale para todas as idades e gêneros.
Embora o vício em filmes adultos ainda não seja classificado oficialmente como uma doença, muitos especialistas o consideram um transtorno compulsivo de comportamento. A boa notícia? Existe tratamento – e recuperação é possível.
Veja alguns caminhos iniciais:
O primeiro passo é admitir que o consumo passou do limite e está afetando seu bem-estar. “Nomear é começar a cuidar”, como dizem os psicólogos.
Terapias cognitivo-comportamentais (TCC) são eficazes para entender a origem da compulsão e aprender a regulá-la.
Conversar com quem passa pelo mesmo ajuda a quebrar o isolamento e aliviar a culpa. Existem grupos online e presenciais voltados para esse tipo de compulsão.
Trocar o tempo de tela por atividades prazerosas, como exercício físico, meditação, leitura ou aprender algo novo, pode ajudar a reequilibrar a rotina e reduzir os impulsos.
Aplicativos e extensões de navegador podem bloquear o acesso a conteúdo adulto, funcionando como um suporte nos momentos de maior vulnerabilidade.
⚡ Curiosidade:
Alguns terapeutas recomendam manter um “diário de gatilhos” para anotar quando e por que o desejo aparece. Isso ajuda a identificar padrões emocionais e criar estratégias mais personalizadas.

A jovem que compartilhou sua história recebeu centenas de mensagens de apoio. Pessoas que, assim como ela, enfrentam o mesmo desafio. Gente que entendeu que pedir ajuda não é fraqueza – é o início da transformação.
Um comentário se destacou no meio de tantos:
“Vai ser uma longa jornada, mas cada passo aproxima você de uma vida mais livre e leve.”
Ainda não é classificado como doença pela medicina, mas é reconhecido por especialistas como um transtorno compulsivo que pode impactar a vida emocional, sexual e social.
Não. Mulheres também podem desenvolver esse tipo de dependência, embora o tema seja ainda mais tabu entre elas.
Se você sente necessidade diária, se o consumo interfere no sono, no trabalho ou nos relacionamentos, pode ser um sinal de alerta.
Sim. Abordagens como a TCC (terapia cognitivo-comportamental) têm bons resultados no controle da compulsão e reconstrução da autoestima.
Fonte: curapelanatureza