“É muito triste. Como mulher eu me sinto muito triste. Eu entendo que como delegada nós estamos fazendo tudo o que é possível e não vamos descansar enquanto não enfrentarmos esse problema de frente. Mas como mulher eu me sinto muito triste. Como mãe de uma menina eu me sinto triste”, afirmou Daniela, nesta quarta-feira (10).
Com mais de uma década de atuação direta em delegacias especializadas no enfrentamento à violência doméstica, Maidel defendeu que o combate ao problema exige mais do que punições e estruturas: é preciso mudar a cultura machista que naturaliza a agressão.
“Você pode ter toda a estrutura de prevenção e de punição. Se nós não mudarmos a nossa cultura social, o machismo estruturado, a diferença de gênero, nós não vamos alcançar nessa luta. Por isso a importância desse evento. Participar não é dividir. O problema da violência doméstica não é exclusivo de mulher. É de homens e mulheres.”
A delegada destacou os avanços da Polícia Civil no atendimento às vítimas em Mato Grosso, com nove delegacias especializadas e 28 núcleos de atendimento em funcionamento no interior do estado. Segundo ela, o planejamento prevê a instalação de mais 18 unidades e o reforço em ferramentas digitais que permitam às mulheres pedirem ajuda sem sair de casa.
“Nós desenvolvemos ferramentas tecnológicas para que a mulher, de dentro da sua casa, realize esse pedido de ajuda, ela pode fazer o pedido de medidas protetivas sem sair de casa em todo o estado de Mato Grosso.”
Apesar do cenário preocupante, Daniela afirmou que a corporação tem enfrentado o problema com seriedade. “A polícia civil enfrenta essa situação muito de frente, com muita seriedade, mas acreditando no trabalho que nós estamos realizando.”
Fonte: Olhar Direto






