O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pillon, reuniu-se na última semana com a delegação de representantes da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), da Universidade de Tecnologia e Agricultura de Tóquio e da Oriental Global Consultoria.
Na pauta do encontro, a apresentação do andamento e encaminhamentos do Projeto de Desenvolvimento Colaborativo da Agricultura de Precisão e Digital para o Fortalecimento do Ecossistema de Inovação e a Sustentabilidade do Agro Brasileiro (que recebeu o nome de CoPADi) , em implementação pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Ministério da Agricultura (Mapa), Embrapa e Jica. Na Embrapa, o projeto é liderado pelo presidente do Comitê Gestor do Portfólio de Transformação Digital no Agro da Embrapa, Ricardo Inamasu, da Embrapa Instrumentação, e Luciana Romani, da Embrapa Agricultura Digital.
“Trata-se de uma parceria história entre Embrapa e Jica, que tem contribuído muito com o desenvolvimento da pesquisa agropecuária”, disse o diretor Clénio, destacando a importância do fortalecimento de alianças perante os atuais desafios globais, entre eles o de garantir que o Brasil possa entregar uma agricultura ainda mais sustentável. Segundo ele, as duas instituições dispõem de um quadro de competências qualificado e, a partir dele, trabalham conjuntamente em projetos de impacto, especialmente em benefício da produção de alimentos. Sobre o projeto, afirmou que uma grande quantidade de dados produzidos e gerenciados vão contribuir com serviços inteligentes e com a geração de políticas públicas para agregação de valor às cadeias produtivas.
O projeto CoPADi, cujos resultados foram apresentados à Presidência da Embrapa pelo representante da Oriental Global Consultoria, Hideki Hiroshige, tem o objetivo de desenvolver a Agricultura de Precisão e Digital (APD), com foco na sustentabilidade. A APD gera uma quantidade significativa de dados no campo, como mapas de colheitas, aplicações de insumo, anotações de campo, imagens de sensoriamento remoto, entre outros registros realizados por máquinas e aplicativos
`Para os pesquisadores envolvidos no projeto, os dados coletados, por serem um registro fiel do que ocorreu em campo, podem ser utilizados não apenas para melhorar os processos, mas também para fortalecer certificações e relatórios ESG, comprovando as boas práticas de forma mais transparente. Atualmente, o projeto piloto está sendo desenvolvido em propriedades produtoras de grãos no Paraná.
Na opinião do professor emérito da Universidade de Tecnologia e Agricultura de Tóquio, Sakae Shibusawa, a diversidade de participantes do projeto fez a diferença. “O ponto chave da coordenação é a transversalidade, uma abordagem sistêmica com foco na confiabilidade das informações”, disse, ressaltando ser essa uma das iniciativas mais importantes para o uso da agricultura de precisão, no desenvolvimento de metodologias e não voltadas para solução de problemas específicos.
Antes de vir para Brasília, a comitiva esteve na Embrapa Agricultura Digital, participando do II Workshop para promoção do uso de dados de máquinas agrícolas para agricultura digital e de soluções. Segundo o coordenador Ricardo Inamasu, além da promoção da APD, a implementação do projeto vai ajudar no estabelecimento de um ecossistema de inovação consistente e ainda criar oportunidades de parceria, incluindo público-privadas, entre o Brasil e o Japão.
Benefícios ao produtor
Atualmente, os dados encontrados no projeto piloto estão sendo usados em testes e validação de APIs (Interface de Programação de Aplicativos, na tradução do inglês)adicionados ao AgroAPI, plataforma de APIs da Embrapa. As APIs possibilitam reunir padrões e linguagens de programação que permitem a comunicação entre sistemas diferentes de forma ágil e segura. As novas APIs em desenvolvimento contam com o apoio da empresa DMX.
“A tecnologia agrícola digital aplicada pelos grandes produtores é utilizada principalmente para a gestão de operações agrícolas, mas os pequenos e médios ainda têm muitas dificuldades de integração e análise dos dados de máquinas para uma gestão agronômica eficiente”, explicou Inamasu. “O projeto mostrou que o agricultor, apesar de ser os proprietários de seus dados, não tem domínio sobre eles. As APIs vão empoderar os produtores viabilizando o uso dos dados ainda não imaginados pelos agricultores, que é além da gestão da propriedade”.
O planejamento de planejamento do projeto CoPADi foi realizado entre maio de 2021 e março de 2022, seguido do estudo de planejamento detalhado em maio de 2022, até a formalização do acordo que termina em março de 2026. Com a adoção a baixo custo para produtores, o projeto prevê o uso de ferramentas digitais para monitoramento e análise de solos, colheita, tratos culturais, além do fornecimento de serviços que combinam informações que poderão ser usadas em processos de fase de constituição.
Entre os participantes estavam presentes Sota Koide, Diretor Adjunto do Departamento de Desenvolvimento Rural da Jica Matriz, Sakae Shibusawa, Professor Emérito da Universidade de Tecnologia e Agricultura de Tóquio, Hideki Hiroshige e Ryo Matsumoto, consultores da Oriental Global Consultoria, Shohei Kashiwagi, representante Sênior da JICA Brasil e Nobuyuki Kimura, coordenador Sênior de Projeto, além de João Carlos Soub e André Barros (ABCgência Brasileira de Cooperação/ABC). Do lado da Embrapa, participaram o coordenador do Projeto na Embrapa, Ricardo Inamasu (Embrapa Instrumentação), Daniel Trento (Diretoria de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia – DINT) e Paulo Galerani (Assessoria de Relações Internacionais).
adicione Dia de Ajudar às suas fontes preferenciais no Google Notícias
.
Fonte: cenariomt