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SAÚDE

Decodificadores de sons: Golfinhos vencem prêmio de US$ 100 mil

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Golfinhos são animais barulhentos: eles podem gerar cerca de mil cliques por segundo para localizar objetos, presas ou para se comunicar uns com os outros. Entender o que cada som significa, porém, ainda é um desafio – e grande curiosidade – para biólogos ao redor do mundo. Agora, um novo estudo parece dar um passo em direção à solução deste obstáculo. 

Cientistas identificaram sons que se repetiam em grupos distintos de golfinhos-nariz-de-garrafa residentes em Sarasota, na Flórida, e descobriram um padrão que parece funcionar como uma linguagem “padrão” entre os bichinhos.

O estudo conseguiu esclarecer o significado dos assobios e conquistou o Prêmio Coller-Dolittle para Comunicação Bidirecional entre Espécies, lançado no ano passado pela Fundação Jeremy Coller e pela Universidade de Tel Aviv. A conquista saiu em uma bagatela de US$ 100 mil.

Laela Sayigh, a bióloga líder do projeto de pesquisa, disse em comunicado que a vitória foi uma surpresa: “Eu realmente não esperava, então estou extremamente emocionado. É uma honra”, para o jornal The Guardian

O estudo está disponível no site de pré-impressão bioRxiv. 

A equipe identificou pelo menos 20 tipos diferentes de assobios não característicos produzidos por vários golfinhos, descobrindo que dois tipos eram compartilhados por pelo menos 25 indivíduos.

Os assobios sem assinatura diferem dos assobios com assinatura mais amplamente estudados, que são vocalizações semelhantes a nomes, e representam cerca de 50% dos assobios produzidos pelos grupos de Sarasota.

Quando os pesquisadores reproduziram esses dois sons para os golfinhos, perceberam que um deles desencadeou uma reação negativa nos animais, de evitação, sugerindo que o som poderia ser um sinal de alarme.

Já o segundo apito aparece em resposta a uma situação inesperada ou desconhecida, como uma consulta.

“Os golfinhos-nariz-de-garrafa fascinam há muito tempo os pesquisadores de comunicação animal”, disse a bióloga Laela Sayigh, líder do projeto de pesquisa, em comunicado. “Sem o estudo de mais de cinco décadas do Programa de Pesquisa de Golfinhos de Sarasota, não teríamos uma biblioteca tão extensa de vocalizações de golfinhos individuais.”

Para Jeremy Coller, fundador do Desafio Coller Dolittle, “Os humanos compartilham este planeta com milhões de outras espécies, mas por muito tempo só conversamos entre nós”, disse em comunicado.

“O Desafio Coller Dolittle visa mudar isso, então estou entusiasmado com o fascinante trabalho que Laela e sua equipe realizaram sobre a comunicação entre golfinhos. Eles são vencedores merecidos e mal posso esperar para ver como eles usam a IA para interpretar melhor esse vasto conjunto de dados.”

O envolvimento de inteligências artificiais faz parte de um prêmio maior ainda. Além dos US$ 100 mil, se os pesquisadores desenvolverem um algoritmo que faça com que um golfinho se comunique “de forma independente, sem reconhecer que está se comunicando com humanos”, eles ganharão uma compensação de US$ 10 milhões em investimento ou US$ 500 mil em dinheiro. 

Para o jornal inglês, Coller diz que esse marco deve ser alcançado nos próximos cinco anos.

Fonte: abril

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