Senadores, educadores e representantes da sociedade civil defenderam, nesta quinta-feira, 24, a ideia de que famílias possam intervir quando identificarem conteúdo ideológico nas escolas. A audiência ocorreu na , presidida pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Logo na abertura, Damares Alves incluiu um novo assunto ao cronograma do debate e vinculou os casos de corrupção atribuídos ao governo Lula ao desmonte de ações essenciais no setor educacional. Ela alertou para os efeitos diretos da má gestão sobre crianças e jovens.
“Todos nós, defensores dos direitos humanos, fomos surpreendidos com a notícia de uma operação policial no INSS”, destacou a parlamentar. “Ficamos perplexos. Não poderia me omitir como presidente dessa comissão. O maior risco a essa nação são as aves de rapina que roubam os cofres públicos e tiram de idosos, crianças e pessoas com deficiência.”
De volta ao tema central do evento, a senadora afirmou que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação garante a participação de famílias na rotina escolar. Disse também que pais e responsáveis precisam saber o que os filhos aprendem e têm o direito de agir quando percebem tentativas de interferência política ou ideológica.
O psiquiatra Augusto Cury participou da audiência. Ele é autor da teoria da inteligência multifocal. Outros convidados defenderam maior transparência nos conteúdos escolares e maior envolvimento das famílias nas decisões pedagógicas.
Estiveram presentes Roberta Guedes, da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil; Ana Beatriz Goldnenstein, da Secretaria de Educação do Distrito Federal; Maria Eduarda Manso, da Family Talks; e Douglas Roberto de Almeida Baptista, do Instituto Brasileiro de Direito e Religião.
Adriana Marra, da Confederação Nacional das Associações de Pais de Alunos; Carlos Vinicius Reis, da Associação Nacional de Educação Domiciliar; e Inez Augusto Borges, da Associação Nacional de Defesa e Apoio aos Pais na Educação dos Filhos, participaram por videoconferência.
Durante o debate, pais relataram preocupação com o avanço de discursos políticos dentro de sala de aula. Os participantes quierem que o ambiente escolar reflita os valores da família, e não os interesses de governos.
O grupo também discutiu dados sobre o impacto da presença de pais na rotina escolar. Um levantamento de 2020 do Itaú Social com a União dos Dirigentes Municipais de Educação revelou que escolas com maior participação familiar registraram aumento de frequência, queda na evasão e crescimento nas matrículas.
Em 2024, o instituto Datafolha ouviu 4.969 pais e responsáveis por alunos da rede pública. Um terço dos entrevistados disse acreditar que os filhos não aprendem o suficiente para a idade. Entre os dados, 91% defenderam reforço em matemática. Mais de 80% pediram mais atividades culturais, esportivas e artísticas.
Fonte: revistaoeste