Cuiabá celebra Dia Nacional do Choro com evento gratuito na Praça da Mandioca

A Praça da Mandioca será palco de uma grande roda de choro, em uma noite especial para a comemorar o Dia Nacional do Choro, nesta quarta-feira (23), a partir das 19h, reunindo músicos, admiradores e famílias em uma verdadeira festa da música brasileira. O evento é gratuito e promovido pelo projeto Choro de Rua em parceria com o Mandioca Pub.

Com o lema “Viva o Choro!”, a iniciativa visa celebrar esse gênero musical tipicamente brasileiro, conhecido por sua riqueza melódica e improvisos refinados. A data homenageia Pixinguinha, um dos maiores ícones da música nacional, cujo nascimento é celebrado neste mesmo dia.
Criado há quase 11 anos, o Projeto Choro de Rua nasceu do esforço coletivo de músicos profissionais e amadores com o propósito de preservar e expandir o choro em meio à falta de visibilidade midiática. Hoje, o projeto é símbolo de resistência cultural em Cuiabá, promovendo rodas de choro, encontros semanais e ações educativas.
Cuiabá, inclusive, se destaca nacionalmente com iniciativas como o Festival Nacional de Choro do Sesc-MT, o grupo Elas no Choro (formado por musicistas da UFMT), a Orquestra Cuiabana de Choro (OCC) e o Coletivo Choro Digoreste, que mantém viva a tradição com rodas semanais e repertórios autorais. À frente do projeto Choro de Rua, está o renomado violonista Marinho 7 Cordas, nordestino radicado em Mato Grosso e uma das maiores referências do choro na capital.
Presente no evento e referência no cenário local, o instrumentista Clau Simpatia compartilhou com o sua visão sobre a importância do choro e do evento. “O choro é emoção pura. É uma conversa entre amigos com instrumentos nas mãos. Cada solo é uma fala, cada resposta é improvisada, mas cheia de sentido. Tocar choro é como contar uma história em forma de música”, explica.
“Sabemos todos que, infelizmente, o choro deixou de ocupar espaço nas rádios e TVs, que ainda são os principais meios de comunicação em massa. Por isso, o acesso ao gênero se tornou mais limitado. Nosso papel é manter essa chama acesa, levando o choro às ruas, aos palcos, e a todos que ainda não o conhecem”, reforça.
Para o artista, celebrar o Dia Nacional do Choro é mais do que uma homenagem: é um compromisso com a cultura brasileira. “Estamos aqui para mostrar que o choro está mais vivo do que nunca. E quando ele ocupa espaços como a Praça da Mandioca, ele se aproxima do povo, que é onde ele sempre deveria estar.”