Crise entre PL e Eduardo Bolsonaro: Mauro tem portas abertas apesar da situação turbulenta

“Estremeceu, é lógico. Quem gosta de ser atacado? Ainda mais um componente que faz uma militância tão forte dentro do PL como é Eduardo Bolsonaro ser atacado dessa forma. Mas isso também não é empecilho para que o diálogo possa continuar”, afirmou o dirigente nesta quinta-feira (4).

A “briga” entre Mendes e Eduardo começou no início de novembro, quando o governador reagiu às declarações do filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), feitas numa tentativa de desgastar a imagem do mandatário perante o eleitorado bolsonarista. Mendes afirmou que Eduardo estava “louco” e “falando merd*”. O parlamentar rebateu chamando Mauro de “político de bost*”, dando início a uma troca de farpas que rapidamente ganhou repercussão na imprensa.

A reação foi imediata: enquanto o governador recebeu defesa de seus aliados políticos, Eduardo foi amparado por correligionários do PL, incluindo Ananias, que chegou a classificar Mendes como “deselegante”.

Há meses, Mauro vem sendo cotado, inclusive com a simpatia do ex-presidente, para ocupar a segunda vaga da chapa ao Senado pelo Partido Liberal, em uma aliança com o União Brasil. A primeira vaga do partido tem sido destinada ao deputado federal José Medeiros (PL).

A possível aliança, no entanto, enfrenta outros obstáculos. Com a confirmação da pré-candidatura do senador Wellington Fagundes (PL) ao governo do Estado, Mauro precisaria romper com seu atual vice, Otaviano Pivetta (Republicanos), que também é pré-candidato ao cargo. Amigo de longa data de Pivetta, o governador tem enfrentado até mesmo tensionamentos dentro do próprio partido para manter o compromisso firmado com ele.

Ainda assim, Ananias avalia que o cenário não está fechado. “Dificulta um pouco mais, sem dúvida nenhuma, mas a gente vai vendo as garrafinhas para se juntar lá na frente. Tudo é conversa, diálogo. Nada está descartado”, completou.