Economia

Criptomoedas: Oportunidades de Investimento e Cuidados Essenciais a Ter

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá
O Brasil atravessa 2025  entre os dez maiores mercados globais de criptoativos pelo índice de adoção da Chainalysis, posição que o país mantém pelo terceiro ano consecutivos. A popularidade não se restringe ao ranking internacional.
Dados da Receita Federal mostram que entre janeiro e setembro de 2024, último período fechado, os brasileiros movimentaram R$ 363,2 bilhões em criptomoedas, 27% acima do total registrado em todo o ano anterior. Este salto foi impulsionado por investidores de varejo que enxergam nos criptoativos uma alternativa às aplicações tradicionais em meio à estabilidade da taxa Selic.

O interesse encontra respaldo na expansão de produtos regulados. Na B3, os ETFs de cripto são os mais populares. O HASH11, que replica o Nasdaq Crypto Index, acumulou valorização de 91,9% em 2024, enquanto o BITH11 avançou 104,8% no mesmo período, superando com folga o Ibovespa e grande parte da renda fixa.
Ao permitir exposição diversificada a várias moedas numa estrutura supervisionada pela CVM, esses fundos reduziram a barreira de entrada para o investidor médio, e conferiram legitimidade ao setor junto às corretoras tradicionais. Além disso, o Banco Central aprofunda os testes do Drex, versão digital do real, que já entrou na chamada Fase 2 do projeto-piloto.
O órgão afirma que a moeda estatal em blockchain abrirá caminho para transações seguras com contratos inteligentes e deve estar pronta para uso comercial até o fim de 2025. Isso sinaliza compromisso institucional com a infraestrutura distribuída, criando um ambiente mais previsível para startups de tokenização e para projetos que transformam direitos creditórios em títulos digitais.
Iniciativa que grandes bancos brasileiros começaram a testar ainda em 2023 e que ganhou escala em 2025. Outro termômetro do apetite doméstico está nas chamadas memecoins. Em janeiro, a Patriota Coin, token criado na Solana por grupos de entusiastas brasileiros, saltou 9.405%.
Refletindo, assim, o poder de mobilização de comunidades digitais e o fluxo de capital especulativo que procura por . Esse conjunto de fatores, ETFs rentáveis, avanço do Drex, tokenização regulada e euforia de nicho, reforça a tese de que o mercado cripto oferece janelas de valorização únicas.
No entanto, a mesma velocidade com que o mercado brasileiro de criptomoedas cresce expõe, em igual medida, suas fragilidades. A Polícia Federal ilustrou esse contraste em abril de 2025, quando revelou que apenas um único esquema Ponzi, alvo da Operação Fantasos, havia captado o equivalente a R$ 1,6 bilhão em bitcoins de investidores seduzidos por promessas de retorno fixo e garantia de capital.
Duas expressões que, no universo cripto, costumam prenunciar golpe. Os agentes apreenderam iates, carros de luxo e relógios de edição limitada, bens comprados com o dinheiro de milhares de vítimas espalhadas por todo o país. Se a Fantasos é o retrato mais recente, o caso Atlas Quantum segue como a maior cicatriz da indústria nacional.
Em maio de 2024, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmou contra a empresa e seu fundador por operação fraudulenta e embaraço à fiscalização, após mais de cinco anos de processos e saques travados.
A lentidão para ressarcir clientes, somada à dificuldade de rastrear criptoativos já transferidos para carteiras anônimas, evidencia que recuperar prejuízos é quase sempre missão impossível. Porém, nem todos os golpes envolvem celebridades ou pirâmides tradicionais.
No mundo das finanças descentralizadas (DeFi), surgiram esquemas de “liquidity mining” nos quais criminosos criam pools falsos, atraem liquidez inicial pagando juros elevados em tokens recém-cunhados e, em seguida, esvaziam o contrato inteligente, deixando os investidores com moedas sem valor.
O estudo Slow Liquidity Drain (SLID) detalhou como essas fraudes já drenaram mais de 103 milhões de dólares no mundo, grande parte deles via apps que também miram usuários brasileiros. Por operarem fora de exchanges tradicionais, tais armadilhas escapam da supervisão direta da CVM ou do Banco Central, exigindo atenção redobrada a auditorias de código e histórico dos desenvolvedores.
Regulação não elimina o risco, mas cria uma camada mínima de proteção. Em vigor desde outubro de 2023, consolidou num único arcabouço as regras para fundos de investimento, inclusive aqueles que compram criptoativos diretamente, e ampliou exigências de transparência, como divulgação de custodiante e de política de precificação dos tokens.
Desde então, gestoras que oferecem cotas expostas a bitcoin ou ether são obrigadas a reportar riscos operacionais específicos, bem como critérios de due-diligence para contratos inteligentes.  Na prática, o investidor pessoa física dispõe hoje de um roteiro de segurança claro e bem estruturado.

 

Fonte: Olhar Direto

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.