Vista inicialmente com certa “resistência”, a realização da COP30 no Brasil no mês de novembro é tida hoje como oportunidade única para o país mostrar o que já vem sendo feito e o que pode ainda fazer, principalmente no que diz respeito ao setor agropecuário.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30, ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém, no Pará. O anúncio do Brasil como sede foi feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 18 de maio de 2023.
Para o coordenador do grupo executivo da Embrapa para a COP30, Daniel Trento, o Brasil pode ser “um grande líder nessa transição climática da agropecuária”.
“A própria Embrapa, o próprio setor agropecuário são frutos de uma adaptação dos cultivos de clima temperado. Na década de 1970 o Brasil era um grande importador de alimentos”, diz em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta quinta-feira (8).
Trento frisa que o Brasil é referência mundial em termos de agropecuária e sustentabilidade devido à realização de muita pesquisa, desenvolvimento, articulação com o setor e incentivo aos produtores.
“Então a COP30 no Brasil é uma oportunidade única de demonstrar aquilo que o país já vem fazendo e aquilo que pode fazer”.

‘Críticas sempre vão existir’
As críticas quanto aos trabalhos do Brasil em relação às emissões de gases de efeito estufa e o enfrentamento das mudanças climáticas, de acordo com o coordenador do grupo executivo da Embrapa para a COP30, por parte de ONGs, assim como especialistas e países, sempre irão existir.
“A COP, importante registrar, não é um evento só do setor agropecuário. É um evento que discute o clima, as emissões de todos os setores. E, um posicionamento brasileiro é que existem outros setores que emitem muito mais do que a agropecuária”.
Ainda segundo Trento, ainda há muito a ser feito no setor agropecuário em contribuição com a sustentabilidade, meio ambiente e o clima. Entretanto, ele ressalta que o Brasil hoje é um exemplo em termos de bioinsumos.
“Diversos setores estarão lá. Cada um defendendo o seu interesse. Mas, o papel da Embrapa e do Brasil é que se faça uma discussão com base em ciência, com base em dados. Em dados reais, dados da agricultura tropical. Que a gente seja medido com dados da agricultura temperada. Existe muita diferença nessas métricas”.
Centro de Pesquisa a 2 kms da COP30
Desde 2024, a Embrapa conta com um comitê interno voltado para as ações que serão desempenhadas na COP30. O Centro de Pesquisa da mesma situado em Belém, inclusive, está a dois quilômetros do local onde ocorrerá o evento.
“Ela pode ser uma grande vitrine do setor. Não só a vitrine tecnológica, que lançamos no aniversário da Embrapa, com mais de 100 tecnologias para adaptação às mudanças climáticas, mas também para mostrar em Belém o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, sistemas agroflorestais, cultivos de baixo carbono in loco para as pessoas, os visitantes possam enxergar não só nas salas de discussões, mas também no laboratório vivo da Embrapa. Mais de 40 mil pessoas vão estar circulando em Belém”.
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Fonte: canalrural