Contas externas do Brasil têm déficit de US$ 7,1 bi em julho: entenda as consequências

As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 7,1 bilhões em julho de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (26). O valor supera o resultado negativo de US$ 5,2 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.

O relatório aponta que a balança comercial de bens manteve superávit de US$ 6,5 bilhões em julho, contra US$ 7 bilhões no mesmo mês de 2024. As exportações alcançaram US$ 32,6 bilhões, alta de 4,8%, enquanto as importações cresceram 8,3%, somando US$ 26,1 bilhões.

O déficit em transações correntes acumulado em 12 meses chegou a US$ 75,3 bilhões, equivalente a 3,5% do PIB. No mesmo intervalo de 2024, o déficit era de US$ 30,7 bilhões, representando 1,37% do PIB.

A conta de serviços registrou déficit de US$ 5 bilhões, com destaque para o aumento de 34,1% nas despesas líquidas de viagens internacionais, que atingiram US$ 1,6 bilhão. Gastos com telecomunicação, computação e informações subiram 52,7%, chegando a US$ 791 milhões, enquanto os relativos a propriedade intelectual avançaram 26,2%, totalizando US$ 842 milhões.

A renda primária apresentou déficit de US$ 8,9 bilhões, alta de 18,1% em relação ao ano anterior. As despesas com lucros e dividendos alcançaram US$ 4,7 bilhões, frente a US$ 3,2 bilhões em 2024. Já os gastos líquidos com juros ficaram em US$ 4,2 bilhões, recuo de 4,4% no comparativo anual.

Os investimentos diretos no país somaram US$ 8,3 bilhões em julho de 2025, contra US$ 7,2 bilhões no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o IDP chegou a US$ 68,2 bilhões, equivalente a 3,17% do PIB.

Reservas internacionais

As reservas internacionais do Brasil totalizaram US$ 345,1 bilhões em julho de 2025, registrando aumento de US$ 671 milhões em relação a junho. O avanço foi impulsionado pelo retorno líquido de US$ 2,1 bilhões em operações de linhas com recompra, enquanto variações de preços e paridades impactaram negativamente no resultado.