O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro, impulsionado pelo consumo das famílias, que avançou 0,5% no período. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revela uma alta acumulada de 3,2% nos últimos 12 meses.
O consumo das famílias representa 63,8% do PIB, sendo o principal motor da economia, enquanto as exportações, que subiram 0,7%, correspondem a 18% do total.
Detalhamento do desempenho
- Consumo das famílias: +0,5%
- Consumo do governo: -0,6%
- Investimento: -2,2%
- Exportações: +0,7%
- Importações: -2,9%
Impacto dos juros
O crescimento de 0,4% representa uma desaceleração frente ao primeiro trimestre, que registrou 1,3%. Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, a principal razão é a política monetária restritiva do Banco Central, com a taxa Selic em 15% ao ano, nível mais alto desde 2006. Juros elevados tendem a reduzir consumo e investimento, com efeito direto sobre a inflação.
Apesar disso, o consumo das famílias manteve-se forte, apoiado pelo mercado de trabalho e políticas fiscais expansionistas. A taxa de desocupação caiu para 5,8%, a menor desde 2012, e o salário médio atingiu R$ 3.477. Programas como o Bolsa Família beneficiam 19,19 milhões de famílias, com valor médio de R$ 671,54.
Exportações e cenário externo
O desempenho das exportações ainda não foi impactado pelo aumento tarifário dos EUA, que começou a vigorar em agosto. Palis ressalta que a economia brasileira é mais dependente do consumo interno do que do comércio exterior, especialmente com os Estados Unidos. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial, enquanto a participação americana nas exportações caiu de 24,4% em 2001 para 12,2% em 2024.
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, destacou que o chamado “tarifaço” afeta apenas 3,3% das exportações brasileiras.
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Fonte: cenariomt