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Construir um Ciclomotor Caseiro Legalizado no Brasil: Realidade ou Sonho?

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O sonho do ciclomotor caseiro: é possível construir e rodar legalmente no Brasil?

Construir ciclomotor em casa e rodar na rua? Descubra a legislação brasileira (Resolução CONTRAN 699/2017) para veículos artesanais! Entenda o que é um ciclomotor (50cc ou 4kW), a necessidade de um engenheiro, a ART do CREA e o Certificado de Segurança Veicular (CSV) para emplacar seu projeto.

Construir o próprio veículo é um sonho para muitos entusiastas de mecânica e customização. No Brasil, com o aumento da popularidade dos veículos de duas rodas, surge a dúvida: é permitido construir um ciclomotor em casa (veículo artesanal) e rodar normalmente na rua?

É possível construir um ciclomotor e rodar legalmente no Brasil?

A resposta é sim, mas com um grande e complexo “porém”: o processo de legalização de um veículo de fabricação artesanal exige o cumprimento de uma série de normas rigorosas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), transformando a jornada de construção em um desafio burocrático e técnico.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a Resolução CONTRAN nº 699/2017 estabelecem que a fabricação de veículos artesanais é permitida. No entanto, o registro e o licenciamento desses veículos estão condicionados à obtenção de um Certificado de Segurança Veicular (CSV).

Um veículo de fabricação artesanal é definido como qualquer veículo de uso próprio, concebido e fabricado unitariamente sob responsabilidade individual. Isso inclui ciclomotores, desde que atendam às especificações da categoria.

É possível construir um ciclomotor e rodar legalmente no Brasil? - Foto: PinterestÉ possível construir um ciclomotor e rodar legalmente no Brasil? - Foto: Pinterest
É possível construir um ciclomotor e rodar legalmente no Brasil? – Foto: Pinterest

Definição de Ciclomotor (Resolução CONTRAN nº 842/2021):

Para que seu projeto seja classificado como ciclomotor, ele deve ser:

  • Veículo de duas ou três rodas.

  • Motor de Combustão Interna: Cilindrada que não exceda 50 cm³ (ou 50 c.c.).

  • Motor Elétrico: Potência máxima de 4 kW (4.000 W).

  • Velocidade máxima limitada a 50 km/h.

Se o seu veículo ultrapassar essas especificações, ele é enquadrado como motoneta ou motocicleta, e o processo de regularização se torna ainda mais restritivo.

 

O Processo de Legalização: A Jornada de Obstáculos

Para levar seu ciclomotor artesanal da garagem para a rua, você precisará seguir um roteiro rigoroso:

  1. Autorização Prévia do DETRAN: Antes de fabricar, você deve solicitar a autorização junto ao Detran do seu estado. Este passo é fundamental para obter a numeração que será gravada no chassi.

  2. Projeto de Engenharia: Aqui entra a parte técnica. Você precisará de:

    • Desenhos Técnicos com as dimensões e especificações do veículo.

    • ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) registrada no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de um engenheiro responsável pelo projeto e pela fabricação.

  3. Declaração de Conformidade: O proprietário e o engenheiro responsável devem declarar que o veículo atende integralmente a todos os requisitos de segurança veicular e à legislação vigente.

  4. Inspeção Veicular e CSV: Este é o passo mais crítico. Você deve levar o veículo e toda a documentação para uma Empresa Credenciada pelo Inmetro (ECV) para realizar a inspeção de segurança veicular e, se aprovado, obter o Certificado de Segurança Veicular (CSV).

  5. Registro e Emplacamento: Com o CSV em mãos, o veículo pode finalmente ser registrado, licenciado e emplacado junto ao Detran, permitindo a circulação legal em vias públicas.

Foto: Eletric Biker ReportFoto: Eletric Biker Report
Foto: Eletric Biker Report

O Custo da “Liberdade Artesanal”

É crucial notar que o processo de fabricação e regularização artesanal não é gratuito. Os custos envolvem a contratação de um engenheiro, taxas do CREA pela ART, taxas do Detran pela autorização, e o custo da inspeção veicular em si, além dos custos inerentes à construção do ciclomotor. Muitas vezes, esse processo pode se tornar mais caro e demorado do que a aquisição de um ciclomotor industrializado.

Além disso, ao circular, o condutor de um ciclomotor, seja ele artesanal ou de fábrica, deve:

  • Possuir CNH Categoria A ou ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor).

  • Utilizar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção.

  • Garantir que o veículo tenha todos os equipamentos obrigatórios (espelhos retrovisores, farol, lanterna traseira vermelha, velocímetro, buzina e pneus em condições de segurança).

Você já tentou ou conhece alguém que legalizou um veículo artesanal? Compartilhe sua experiência e os maiores desafios encontrados no processo de obtenção do CSV!

 


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Escrito por

Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

Fonte: garagem360

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