CENÁRIO POLÍTICO

Congresso revoga lei antifraude de Bolsonaro que impactava esquema bilionĂĄrio no INSS

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Sindicatos que são alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), se beneficiaram da revogação de uma medida provisória sancionada em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro para coibir fraudes em descontos nas aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em 2022, o Congresso aprovou a extinção da regra depois da articulação de entidades e de parlamentares do PT.

A PF deflagrou, na quarta-feira 23, uma operação para apurar desvios bilionårios de recursos do INSS. Os agentes cumpriram 211 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens que somam mais de R$ 1 bilhão. Também houve seis prisÔes temporårias em 14 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal.

Segundo a investigação, de 2016 a 2024, houve quase R$ 8 bilhÔes em descontos irregulares nas aposentadorias. A Controladoria-Geral da União afirma que quase 100% desses descontos ocorreram sem autorização dos beneficiårios.

Os valores eram para entidades representativas de aposentados, conforme previsto em lei desde a dĂ©cada de 1990. A legislação autoriza os descontos desde que feitos por entidades “legalmente reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados”.

Entre as regras da lei revogada estava uma mudança que obrigava os sindicatos a comprovarem a autorização dos filiados a cada dois anos para manter os descontos em folha.

Em agosto de 2022, o Congresso revogou esse trecho por meio da , que tratava originalmente de microcrédito digital. A mudança atendeu à pressão de entidades sindicais, que alegaram dificuldades logísticas para obter as autorizaçÔes de mais de 7,2 milhÔes de filiados.

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Presidente Lula Discursa Em Evento Do Sindicato Dos MetalĂșrgicos Do Abc, Em SĂŁo Bernardo Do Campo (Sp) | Paulo Pinto/AgĂȘncia Brasil

Entre 2019 e 2024, houve o desvio de quase R$ 6,5 bilhĂ”es dos repasses do INSS a sindicatos. Desse total, R$ 4,1 bilhĂ”es — quase 64% — teriam sido desviados em 2023 e 2024, os dois primeiros anos do governo de .

Um levantamento do site Poder360 mostra que representantes das entidades investigadas participaram de ao menos 15 reuniĂ”es com o governo federal desde 2023. Os encontros ocorreram com integrantes do MinistĂ©rio da PrevidĂȘncia Social e do INSS: oito deles em 2023, cinco em 2024 e dois em 2025.

Fonte: revistaoeste

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