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Conferência no RJ reacende debates LGBTQIA+ após 10 anos

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Após dez anos de hiato, o estado do Rio de Janeiro volta a sediar a Conferência Estadual dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, um importante fórum de discussão sobre políticas públicas, cidadania e combate à discriminação. A quarta edição do evento teve início nesta quarta-feira (6) e segue até sábado (9), no Centro de Convenções Bolsa Rio, na capital fluminense.

Fruto da mobilização de 11 conferências regionais realizadas entre abril e julho, o encontro estadual reúne 700 delegados eleitos. Para os organizadores, trata-se de um marco na promoção da democracia participativa, com mais de 80% dos municípios fluminenses representados. A etapa estadual antecede a Conferência Nacional, que ocorrerá em outubro, em Brasília.

Promovida pelo governo do estado, por meio do programa Rio Sem LGBTIfobia, com apoio do Grupo Arco-Íris e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a conferência visa avaliar políticas públicas e propor diretrizes futuras em diferentes níveis de gestão.

Entre os temas debatidos estão: educação, saúde integral, segurança pública, trabalho e renda, cultura, meio ambiente, assistência social, esporte, lazer, turismo e acesso à tecnologia.

Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris, destacou o papel dos delegados na representação das demandas regionais. “A conferência estadual do Rio é hoje o maior processo desse tipo em um estado brasileiro, com quase 2 mil participantes nas etapas regionais”, afirmou.

Ernane Alexandre, superintendente de Políticas Públicas LGBTI da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, atribuiu o intervalo de uma década sem conferência a governos que não abriram espaço para o diálogo com a pauta LGBTQIA+. Segundo ele, o Rio está à frente de outros estados em políticas públicas para essa população, com 23 equipamentos do programa espalhados por municípios e atendimento anual a cerca de 25 mil pessoas nas áreas jurídica, social e psicológica.

“Precisamos de mais atenção à empregabilidade e à assistência social. Muitos ainda vivem em situação de rua e carecem de abrigos e acolhimento. A educação também precisa avançar, com cotas para pessoas trans e políticas que incentivem a conclusão do ensino médio”, alertou Alexandre.

O conjunto de propostas resultantes da conferência estadual servirá de base para a etapa nacional. Segundo os organizadores, a expectativa é que as discussões fortaleçam a construção de planos de cidadania LGBTQIA+ em níveis estadual e municipal, com financiamento adequado.

A programação também conta com manifestações culturais. A abertura contou com apresentação do Coro de Câmara LGBTI do Rio e a feira de empreendedorismo “Empodera LGBTQIA+”, com 20 expositores, desfiles e pocket shows. A cantora Leila Maria encerra as atividades com show especial.

Nos dias 7 e 8, ocorre a pré-estreia do espetáculo Siriocra – o show da diversidade, com 70 artistas LGBTQIA+ no palco. Dividido em três atos — Alegria, Protesto e Esperança — o espetáculo celebra 40 anos de luta da comunidade por direitos e visibilidade.

Fonte: cenariomt

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