Os integrantes do Colégio Cardinalício deverão se reunir para definir o sucessor de Francisco, após sua morte. Ele liderou a Igreja Católica por quase doze anos, promovendo reformas e mudanças significativas em seu papado.
A escolha do novo Pontífice acontecerá durante o conclave, com voto dos cardeais menores de 80 anos. Como Francisco foi o primeiro Papa latino-americano, é provável que seu sucessor venha de outro continente. Também é improvável que outro jesuíta seja eleito tão cedo, dado que o próprio Francisco pertenceu à ordem.
Veja: Oito cardeais brasileiros cotados para suceder o Papa Francisco
Com 80% dos eleitores do conclave indicados por Francisco, existe chance de que o próximo líder espiritual seja alinhado a um perfil reformista. Porém, alas conservadoras da Igreja podem pressionar para eleger um representante de sua linha mais tradicional, buscando restaurar um equilíbrio mais ortodoxo no trono de Pedro.
Nomes mais comentados para assumir o Papado
Luis Antonio Tagle (67 anos)
Ex-arcebispo de Manila, é considerado um dos principais herdeiros do legado reformista de Francisco. Nomeado para liderar a Congregação para a Evangelização dos Povos, ele promove inclusão, compaixão e justiça social. É chamado por alguns de “Francisco da Ásia”.
Popular nas redes sociais, especialmente no Facebook, apresenta o programa “The Word Exposed”, com mensagens espirituais que atraem fiéis pelo mundo.
Relacionamos: Entenda o cronograma para eleger o sucessor de Francisco
Matteo Zuppi (69 anos)
Arcebispo de Bolonha e líder da Conferência Episcopal Italiana. Ligado à Comunidade de Sant’Egidio, defende o acolhimento da comunidade LGBT na Igreja. Apesar de ser um dos favoritos de Francisco, o fato de ser italiano pode pesar contra sua candidatura, por não simbolizar mudança internacional.
Pietro Parolin (70 anos)

Atual secretário de Estado do Vaticano, é considerado moderado e influente, com papel importante em acordos internacionais como o firmado com a China sobre nomeações de bispos.
Willem Eijk (71 anos)
Arcebispo de Utrecht, na Holanda, é conhecido por sua postura tradicionalista. Crítico das reformas de Francisco, se opôs publicamente à comunhão de divorciados recasados.
Peter Erdö (72 anos)
Primaz da Hungria, é uma das vozes mais conservadoras da Igreja. Durante os sínodos da família, defendeu posturas clássicas sobre bioética e casamento. Em 2013, foi cotado ao papado antes da eleição de Francisco.
Timothy Dolan (73 anos)
Arcebispo de Nova York, conhecido por seu bom humor e presença na mídia. Apesar de ser conservador e popular, o fato de ser dos Estados Unidos é visto como obstáculo, pois poderia concentrar demais o poder espiritual em uma superpotência mundial.
Raymond Leo Burke (76 anos)
Cardeal americano, foi afastado por Francisco após críticas contundentes às reformas. Descrito como ultraconservador, rejeita mudanças em moral sexual e direitos LGBT. Sua eleição indicaria forte ruptura com o legado de Francisco.
Fridolin Ambongo Besungu (65 anos)

Arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, é conhecido por seu compromisso com justiça social e questões ambientais. Recebeu ameaças por denunciar empresas exploradoras e autoridades cúmplices.
Apesar disso, se opôs à bênção de uniões homossexuais, afirmando que tais práticas vão contra a tradição cultural africana. Foi nomeado por Francisco para contribuir na revisão da constituição apostólica.
Recentemente, foi alvo de investigação por declarações consideradas polêmicas, sendo acusado de instigar revolta popular. Ainda assim, continua influente na Igreja africana.
Fonte: cenariomt