Política

Como Trump pode punir ditadores, mas cabe ao povo tirá-los do poder

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Outra vez estamos tendo de aprender com os de fora como lidar com nossos problemas. De novo, . Não precisa ser um jurista primoroso… aliás, não precisa sequer se gabar de uma mediana inteligência para notar que os imparáveis avanços ditatoriais de são um verdadeiro estupro não só à Constituição brasileira, mas aos direitos humanos, aos tratados internacionais e até, vejam só, às garantias jurídicas soberanas dos EUA.

Meu Deus, Moraes tentou agir juridicamente em solo norte-americano para censurar residentes permanentes daquele país, investiu o poder de nosso para calar empresas norte-americanas; trata-se de uma juridicopatia alucinante. Você realmente pensou que os EUA assistiriam a tudo de braços cruzados? Além do óbvio desastre diplomático instaurado pela falta de profissionalismo que tomou o Itamaraty — mais notável nas últimas semanas —, o governo brasileiro não tem a mínima capacidade técnica para lidar com os avanços geopolíticos dos Estados Unidos. E não se trata de munição jurídica e política para revidar, mas de apoio internacional mesmo; os parceiros de Lula, como Rússia, China e França, literalmente deixaram o nosso presidente petista com o dedão na boca a chorar seus discursos ideológicos de Guerra Fria. O Brasil, hoje, é uma figura política patética, isolada, sem relevância internacional, berrando como uma criança que perdeu o balão.

Notem minimamente os recentes olhares internacionais direcionados ao Brasil esta semana, caminhem pelos principais jornais mundiais e cacem as matérias sobre o nosso país. De The Washington Post, Le Monde e Financial Times, todos eles destacaram a apatia desmoralizante de nosso governo — uma apatia temperada não por resoluções e canais de diálogo, mas com arroubos e espasmos de discursos de grêmio estudantil contra Trump, requentados em um papo de “imperialismo” e “ataque à soberania” de sete décadas atrás.

Em resumo, sinto dizer: somos um misto de assombro ante a guinada antidemocrática na região — nos aliando cada dia mais à China e à Rússia — e um país digno de pena, sem meios reais de se opor ao tarifaço e aos demais avanços, . Somos uma piada internacional.

Porém, repito: o mais triste desta constatação não é a própria incapacidade de retaliação do Brasil, mas sim a nossa clara incapacidade de expurgar os problemas que causaram tudo isso. Não se trata de alinhamento político com Trump, é simplesmente notar o óbvio da escalada ditatorial que estamos enfrentando há três anos. A negação midiática alimentou uma cegueira absurda em boa parte da população e, durante três anos, aceitamos, sob retóricas vergonhosas aduladas por jornalistas e “especialistas”, que o poder concentrado e imparável de Moraes era para “salvar a democracia”.

Pensando pelo lado geopolítico, os EUA não permitirão uma ditadura no Brasil pelo simples fato de que o Brasil é a âncora deles na região. A Argentina não tem força militar nem relevância comercial como nós, Paraguai e Chile, nem se fale, e perder o Brasil como aliado político é um preço que nem Democratas nem Republicanos vão permitir. Pensando de dentro do Brasil, nossa incapacidade de resolução de problemas é frustrante; o Senado e a Câmara estão na coleira como pinschers raivosos, que latem alto, mas sem efetividade. A população claramente está temerosa, pensando no que Alexandre Moraes fez com os baderneiros do 8 de janeiro.

Em resumo, a pior notícia não é o “avanço imperialista dos EUA”; a pior notícia é que continuamos sendo uma criança birrenta, presa em ideologias, elegendo líderes incapazes de serem estadistas reais, preferindo o carnaval retórico ao profissionalismo político em busca de avanço civilizatório. Precisamos que um papai internacional tente acabar com nossas contendas bestas. É sempre assim desde a queda do Império. Isso é desanimador, humilhante. A solução? Só uma: a população tem que comprar a defesa da liberdade no país por si mesma, entender que a liberdade é seu pão, sua água, algo sem o qual não se pode viver dignamente. Entender que quem tenta roubá-la é seu opositor maior.

A pressão vem dos EUA, a penalização econômica e diplomática também, mas até as ações de Trump têm um limite, e certas barreiras não vão ser avançadas pelo norte-americano. Trump não virá limpar nossa bagunça, ele vai, no máximo, punir os bagunceiros. O único agente que pode parar Moraes e a guinada autoritária da esquerda no Brasil é o brasileiro — e, se não entendermos isso, continuaremos nessa creche geopolítica, achando sempre que os Estados Unidos é que vão trocar nossas fraldas e trazer o mucilon. Para isso, é preciso coragem e bravura. É preciso ter mais brio do que tremedeira nas pernas. É necessário voltar às ruas com a cabeça erguida e um tom de voz efusivo para dizer: CHEGA…

A questão profunda do Brasil, hoje, é somente uma: você tem coragem para se opor a um tirano?

Fonte: revistaoeste

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