Quando o seu filho chega Ă adolescĂȘncia, ser pai ou mĂŁe pode se tornar uma verdadeira montanha-russa. As constantes mudanças de humor do adolescente costumam desnortear o nosso modo de lidar com eles, causar atritos nas relaçÔes e atĂ© mesmo distanciar pais e filhos.
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Se vocĂȘ jĂĄ compartilhou uma risada com seu filho e no minuto seguinte foi ignorado com uma revirada de olhos, sabe do que estamos falando. Mas essas mudanças sĂŁo de fato parte do curso natural do desenvolvimento do adolescente?
Em geral, essas mudanças de humor sĂŁo normais. A psicĂłloga Amy Morin explica em um artigo, que as mudanças hormonais que acontecem na adolescĂȘncia sĂŁo muito intensas, ocasionando sentimentos de irritabilidade, tristeza, frustração e euforia que podem nĂŁo ter qualquer relação com o ambiente ao redor.
AlĂ©m disso, essa fase da vida estĂĄ ligada ao delineamento da prĂłpria identidade â e boa parte da instabilidade emocional deve-se, assim, Ă s tentativas do adolescente de achar a mĂŁo em relação ao seu modo de se expressar e de se relacionar com os outros. Esse processo pode incluir mudanças frequentes nos gostos musicais, no jeito de se vestir, nas opçÔes de entretenimento e mesmo na busca profissional.
Por si mesmo, Ă© um processo difĂcil. âEles podem se sentir tristes, assustados ou solitĂĄrios, enquanto ao mesmo tempo estĂŁo animados com o despertar da sua liberdadeâ, explica Amy. A isso se juntam os desafios de lidar com uma rotina com mais compromissos â entre aulas, provas, vestibulares, atividades extracurriculares, tarefas domĂ©sticas, vida social⊠â, bem como as inseguranças nas relaçÔes com os seus pares, na busca de se sentir aceito em um grupo de amigos ou na dificuldade de lidar com as primeiras paixĂ”es.
O que fazer?
Ter a consciĂȘncia de que todos esses processos estĂŁo
acontecendo simultaneamente â e que a vida na adolescĂȘncia nĂŁo Ă© fĂĄcil â Ă© o
primeiro passo para lidar com as mudanças de humor do adolescente enquanto pai
ou mĂŁe. Amy oferece algumas outras dicas que podem ser Ășteis:
- Mantenha a calma. âLevantar a voz ou recorrer ao sarcasmo Ă© contraprodutivo e tende a piorar a situaçãoâ, diz a psicĂłloga. A abordagem deve sempre aliar serenidade e firmeza, transmitindo segurança e acolhimento.
- Incentive hĂĄbitos de sono saudĂĄveis. Esse vai-e-vem emocional sĂł vai ladeira abaixo sem boas noites de sono. Ă de fundamental importĂąncia estabelecer regras para o uso de eletrĂŽnicos na hora de ir para a cama.
- Estabeleça uma rotina de exercĂcios. O exercĂcio fĂsico libera endorfina, o que ajuda a reduzir o estresse e melhorar o humor. Dedicar 20 minutos por dia a alguma atividade desse tipo pode fazer toda a diferença para o adolescente.
- Ofereça uma dieta saudĂĄvel. âUm bom cafĂ© da manhĂŁ e pegar leve com a cafeĂna e o açĂșcar sĂŁo apenas algumas das dicas que podem ajudar os adolescentes a se sentir em seu melhorâ, diz Amy. Converse sobre alimentação com seu filho e dĂȘ suporte a escolhas saudĂĄveis.
- Cultive a criatividade. Seja dança, desenho, teatro, mĂșsica ou o que for, Ă© importante oferecer oportunidades para desenvolver habilidades artĂsticas, que dĂŁo vazĂŁo a essa montanha-russa de humor e atĂ© mesmo a potencializam em uma expressĂŁo positiva.
- Converse com seu filho. âProcure manter-se conectado com ele, mesmo quando Ă© difĂcil de lidar com o seu comportamentoâ, indica Amy. Escute-o sem emitir julgamentos imediatos, acolha os seus sentimentos e faça perguntas mais concretas do que âtudo bem?â, sem ser invasivo.
HĂĄ alguns sinais que podem indicar que seu filho esteja passando por algo mais do que as costumeiras mudanças de humor do adolescente. âSe o adolescente nĂŁo consegue manter amizades devido a mudanças de humor severas, ou nĂŁo Ă© capaz de passar um dia na escola sem gritar com alguĂ©m, Ă© possĂvel que haja alguma questĂŁo de saĂșde mental por trĂĄs desse comportamentoâ, especifica Amy.
Fique de olho se algum sentimento muito intenso se prolongar por tempo demais e preste atenção em mudanças dråsticas nos håbitos de sono e de alimentação do seu filho. Dificuldades severas com a autoestima ou com a autoconfiança também podem soar um alarme. Nesses casos, busque a ajuda de um psicólogo.
Fonte: semprefamilia.com.br