Não – pelo menos para leigos. Na internet você encontra supostas técnicas que ensiman como distingui-las por meio das cores, dos padrões de manchas ou de outras características, mas isso não passa de balela.
Existem mais de 30 espécies de corais-verdadeiras (dos gêneros Micrurus e Leptomicrurus), e elas apresentam padrões de coloração bastante diversos, que vão além do clássico vermelho-branco-preto. A Micrurus albicinctus, por exemplo, é uma coral-verdadeira amazônica preta com listras brancas finas. Já a Leptomicrurus scutiventris costuma ser preta com manchas amarelas.
Por outro lado, há cerca de 60 espécies de corais-falsas – que imitam as verdadeiras, mas que não tem veneno (ou cuja peçonha não é tóxica para humanos).
Especialistas conseguem diferenciá-las pelo formato da cabeça e tamanho dos olhos, por exemplo. Além disso, a dentição entrega: “As corais verdadeiras possuem as presas inoculadoras de veneno posicionadas na parte anterior da boca”, diz Silvia Regina Travaglia Cardoso, pesquisadora do Museu Biológico do Instituto Butantan.
Mas não recomendamos que você abra a boca do bicho para verificar. De todas as cobras peçonhentas do Brasil, as corais são as que têm a toxina mais potente. Felizmente, elas não são agressivas nem dão bote: segundo o Ministério da Saúde, menos de 1% das picadas de cobra vêm delas. Os poucos acidentes costumam ocorrer justamente com pessoas que as pegam na mão. Na dúvida, fique longe de todas.
Fonte: abril