CENÁRIO AGRO

Como a umidade impacta a colheita do milho safrinha: importância do controle climático

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À medida que o céu ameaça e as nuvens carregadas rondam o horizonte do Paraná, o agricultor enfrenta um velho dilema: colher o milho agora ou arriscar perder tudo com a próxima pancada de chuva?Com mais de metade das lavouras já colhidas no estado, a segunda safra de milho de 2024/25 caminha para se tornar a maior da história. Mas o clima, sempre imprevisível, segue como uma pedra no sapato do produtor rural. No norte e oeste do estado, onde os trabalhos ainda estão em ritmo acelerado, a previsão de chuvas nesta semana trouxe um alerta vermelho: é preciso agir com precisão cirúrgica, especialmente no controle da umidade dos grãos.

Chuva no radar e tensão no campo

Os temporais previstos para esta reta final de julho ameaçam atrasar ou até inviabilizar a colheita em algumas áreas. E mais do que atrasos logísticos, o excesso de umidade pode causar estragos de proporções alarmantes: dificulta a entrada das máquinas, atrasa a secagem natural dos grãos e obriga o produtor a gastar mais com secagem artificial. No fim das contas, pesa – e muito – no bolso.

Mas o impacto não é apenas financeiro. A qualidade do grão também entra na berlinda. Umidade elevada favorece fungos e micotoxinas, o que pode desvalorizar a produção e até torná-la imprópria para consumo.

Num cenário onde o clima joga contra, a tecnologia vem como um verdadeiro salva-vidas. Equipamentos de medição de umidade têm se mostrado aliados indispensáveis no campo. Um exemplo prático vem da Fazenda Serrana, entre Ponta Grossa e Curitiba. Por lá, o gestor administrativo Homero Pereira conta que conseguiu colher com índices de umidade em torno de 21% — número considerado bastante satisfatório.

“Monitoramos tudo com o Motomco Connect, um aparelho portátil que ajuda muito. Sabemos exatamente quando entrar com as colheitadeiras, sem depender apenas do olho ou da experiência. Isso faz toda a diferença”, destaca Pereira.

Um mês antes da colheita, os níveis estavam acima dos 25%. Em anos anteriores, segundo ele, já houve necessidade de colher com até 28% de umidade, principalmente quando havia urgência para preparar o solo para o feijão. “Tudo depende do que vem depois. Se a janela é curta, não dá pra esperar o ideal teórico de 13% a 14%. O grão quebra demais nessa faixa. Já colhemos com 17% ou 18%, o que também é viável. Mas 21% é um ótimo meio-termo”, explica.

Enquanto os Campos Gerais praticamente encerraram a colheita, outras regiões ainda vivem o auge da operação. No norte e oeste do Paraná, a pressa virou companheira inseparável. E o tempo, implacável como sempre, segue sem pedir licença.

Para o engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da empresa Motomco, é preciso aproveitar cada janela de tempo firme com estratégia. “Essa correria não é apenas para terminar rápido, mas para preservar a qualidade dos grãos. Quanto mais tempo expostos à umidade, mais arriscado. E secar artificialmente custa caro”, alerta.

Como a tecnologia pode virar o jogo

A boa notícia é que o produtor hoje tem mais armas para enfrentar o clima do que há dez anos. Equipamentos como o Motomco Connect oferecem leituras rápidas, precisas e fáceis de interpretar diretamente na lavoura. Isso significa decisões melhores, mais rápidas e com menos margem para erro.

“Quando o agricultor sabe a umidade real do grão, ele consegue planejar a colheita de forma muito mais eficiente. Evita perdas e reduz custos com secagem. Além disso, esse monitoramento diário dá segurança para que ele não perca o momento ideal”, reforça Manoella Rodrigues da Silva, gerente de Marketing da Motomco.

Outro ponto essencial, segundo ela, é acompanhar os boletins meteorológicos com atenção redobrada. “Planejamento e previsibilidade andam juntos. Com a chuva no radar, não dá pra brincar. Cada hora de tempo seco precisa ser bem aproveitada.”

Uma supersafra em jogo

Apesar dos obstáculos, o Paraná caminha para colher a maior safra de milho da história. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), a estimativa é que a segunda safra atinja 16,15 milhões de toneladas. Somando com a primeira, o total pode ultrapassar a marca histórica de 18,1 milhões de toneladas da safra 2016/17.

É, sem dúvida, uma boa notícia. Mas, como diria o velho ditado rural, “só se pode comemorar depois que o grão está no silo”. E, até lá, cada decisão conta — especialmente quando o céu ameaça virar.

Dicas práticas para o produtor

  • Não espere o ideal teórico: colheitas com umidade entre 17% e 21% são mais viáveis na prática e reduzem quebras.
  • Use equipamentos de medição: tecnologia como o Motomco Connect ajuda a identificar o ponto certo de colheita.
  • Aproveite as janelas climáticas: antecipe a colheita em dias de sol e evite riscos maiores com o tempo fechado.
  • Monitore o clima diariamente: previsões atualizadas são essenciais para adaptar o planejamento em tempo real.

Entre o céu e o solo, o saber faz a diferença

Em tempos de instabilidade climática, saber quando colher é quase uma arte. Mas com informação, tecnologia e um bom olho no céu, o produtor consegue driblar as intempéries e garantir não só produtividade, mas também qualidade. E isso, num mercado cada vez mais exigente, pode ser o que separa o prejuízo do sucesso.

Fonte: cenariomt

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