Um dos assuntos que dominou o noticiário brasileiro nas últimas semanas, tanto na cultura quanto principalmente na política, foi a disputa e consequente conquista do Oscar pelo brasileiro Ainda Estou Aqui, na categoria filme estrangeiro. Conforme , em artigo na , o episódio registra o esforço de muita gente em criar para si próprio um desfecho de derrota, angústia e desapontamento perfeitamente desnecessário.
Para Guzzo, o país nunca precisou de um Oscar para melhorar em alguma coisa. O jornalista observa, no entanto, que o Brasil de hoje mergulhou num dos ataques de nervos mais histéricos já produzidos pelo complexo de inferioridade que há séculos assombra as elites nacionais.
Além de abordar o desespero de pseudointelectuais por uma estatueta que não passa de mero prêmio de consolação, pela discreta relevância, o texto alerta do mesmo modo para a ausência de originalidade. O tema insiste em repetir cansativamente uma velha narrativa. O da vítima de “uma ditadura de direita que é preso pela polícia ou pelo Exército, mesmo sem saber o que fez, e ninguém nunca mais vê, porque é assassinado no cárcere ou desaparece sem motivo conhecido”.
O artigo demarca, assim, a verdadeira história, diferentemente daquela exaltada pelo consórcio lulopetista. Mostra, sobretudo, que por trás do roteiro construído e propagado como cultura pelos militantes, projeta-se principalmente uma “estrutura mental que é uma fotografia em alta resolução do grande projeto político, partidário e ético da esquerda brasileira de hoje: ‘o sem anistia’”.
“No filme em questão o militante político de extrema esquerda aparece como um arcanjo familiar, e a direita como o retrato de tudo que há de mais abjeto no mundo. É monótono, repetitivo e falso. O ex-deputado Rubens Paiva foi efetivamente preso, em janeiro de 1971, pelas polícias ocultas da ditadura militar e nunca mais foi visto — com ou sem vida. É igualmente indiscutível que, ao ser preso e desaparecer, não estava combatendo pela restauração da democracia no Brasil. Militava, ao contrário, para derrubar os militares do governo e impor no lugar deles a ditadura da sua própria facção — como pregavam, em manifestos escritos, os movimentos terroristas da época, descritos como a “luta armada”. Mais: os organizadores do filme, na sua estratégia de lançamento e de Oscar, sustentam que a tragédia de Paiva tem relação direta com a situação política do Brasil de 2025”.
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A Edição 259 da Revista vai além do texto de J.R. Guzzo. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Augusto Nunes, Alexandre Garcia, Adalberto Piotto, Ana Paula Henkel, Silvio Navarro, Tiago Pavinatto, Cristyan Costa, Sarah Peres, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Ubiratan Jorge Iorio, Carlo Cauti, Dagomir Marquezi, Joanna Williams, Flavio Gordon, Carlo Cauti, Artur Piva, Evaristo de Miranda e Daniela Giorno.
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Fonte: revistaoeste