Foi-se o tempo em que o atendimento engessado e distante do paciente era visto como algo comum. Hoje, as exigências no atendimento clínico, em suas diversas áreas de atuação, são bem altas.
Com a facilidade e acesso à informação, o paciente hoje tem a possibilidade de chegar na consulta médica, nutricional, psiquiátrica ou de qualquer outra área, munido de informações e padrões que ele julga como sendo algo confiável, verdadeiro e, sobretudo, alinhado com as evidências.
Eu mesma já escrevi aqui uma matéria alertando sobre essa conduta: de como o “saber amador” do paciente pode atrapalhar muito a conduta e os resultados esperados de cada atendimento do profissional de saúde.
No entanto, quanto mais o paciente sabe sobre um atendimento respeitoso e cauteloso, e também sobre as referências do profissional antes da consulta, mais assertivo e mais leve será essa relação entre médico e paciente.
Dito isso, chegamos aqui ao ponto: você já conhece ou já ouviu falar sobre a expressão “medicina integrativa”, “atendimento integrativo”, “clinica de saúde integrativa”, certo?
Os pilares da medicina integrativa
Integrar corpo, mente, espírito e hábitos do indivíduo para o tratamento;
Médico, paciente e profissionais relacionados ao objetivo de tratamento do paciente deverão ser parceiros durante o processo de cura e tratamento;
Unir diferentes abordagens e profissionais olhando o indivíduo como um todo;
Concentrar a ação na saúde e na cura, e não apenas na doença isoladamente.
Dentro da integrativa, vemos: nutricionistas, médicos, nutrólogos, psicólogos, educadores físicos, psiquiatras, entre outras profissões, tudo para agregar atendimento amplo ao que o paciente precisa naquele momento.
Nem sempre buscamos na integrativa um tratamento de alguma doença, mas sim, prevenção. Nem uma, nem outra, não podemos afirmar que uma é melhor do que outra.
E veja por que: se você sofre um acidente de bicicleta, você irá procurar imediatamente uma emergência, e após isso, um atendimento individualizado com o profissional apto a isso, que é o traumatologista ou ortopedista, ou então, um fisioterapeuta.
Se você precisa de cuidados específicos para uma alergia, para um tratamento emergencial, para câncer, você irá procurar um especialista e então tratar aquela situação em isolado.
Agora, quando você precisa se manter saudável, fazer as manutenções devidas, prevenir condições que você já conhece pelo histórico familiar, melhorar sua performance, entre uma infinidade de aplicações para a sua qualidade de vida, você com certeza se encaixa em um atendimento integrativo.
Receber um tratamento de prevenção e otimização dos seus aspectos de saúde pata que sua qualidade de vida melhore exponencialmente é um grande investimento em si mesmo.
Tratamentos dentro da medicina integrativa
É comum vermos diferentes tratamentos, desde os mais conservadores até os mais inovadores. Já é utilizado dentro do nosso SUS a medicina complementar e alterativas, e assim é dentro da integrativa também.
São as terapêuticas complementares ao tratamento do paciente, ou então, alternativas, bem descritas na medicina do estilo de vida, como meditação, ioga, massagens, terapias manuais, musicoterapia, acupuntura, entre outras.
Integrar é exatamente usar de diferentes abordagens para que o paciente se sinta seguro durante o tratamento. A ideia é que o percurso do atendimento seja bem aceito, bem aplicado, e de sucesso ao que o paciente se propôs: seja um tratamento de alguma condição de saúde, seja a prevenção.
Medicina ortomolecular
Dentro da medicina, tanto integrativa, quanto complementar, há de se dar destaque à ortomolecular, criada por Linus Pauling, em meados de 1968. O que diferencia a ortomolecular de todas as outras que citei acima?
No princípio da ortomolecular, o tratamento se baseia em conhecer a doença, e tratar o doente. Isso significa pensar nas estruturas químicas que envolvem aquela doença, condição de saúde ou distúrbios, e então, tratar a pessoa para que aquele corpo se restabeleça, e então, consiga curar tal doença.
Vou facilitar em um exemplo muito simples de se entender. Sabemos que a descalcificação óssea é a perda de minerais ósseos, causando a osteopenia e a osteoporose.
Em tratamentos convencionais, geralmente, se é ofertado ao paciente medicamentos para dor, inflamação e também reposição mineral para evitar um maior desgaste ao longo dos anos.
Para a ortomolecular, o médico ortomolecular, assim como uma equipe dentro da integrativa, poderá passar um tratamento mais amplo, com reposição de vitaminas que antecedem a utilização do cálcio pelo próprio organismo, evitando que o organismo desse paciente tenha que ‘roubar’ cálcio de sua estrutura óssea.
Nisto, a reposição hormonal, terapias com vitaminas em maiores dosagens, indicação de exercícios específicos pelo educador físico, restabelecimento de posturas e ajustes pelo fisioterapeuta ou quiropraxia, e também dietas específicas feitas pelo nutricionista, farão parte de toda a mudança no estilo de vida do paciente, do organismo e metabolismo dele.
Entre os dias 1, 2 e 3 de junho, aconteceu o 34º Congresso de Prática Ortomolecular, em São Paulo, cujo mentor, idealizador, presidente do congresso, é também o médico precursor da medicina ortomolecular no Brasil, o professor Efrain Olszewer.
No evento, organizado pela FAPES Saúde, ficou muito claro o quanto a prática ortomolecular e atendimento integrativo está crescendo de forma ampla e acelerada no Brasil.
Lá, notei um grande número de nutricionistas e nomes importantíssimos da ciência no Brasil, que estão à frente em pesquisas pelo mundo a fora, desde farmacêuticos, bioquímicos, microbiologistas, educadores físicos, estética, nutrição e fisioterapeutas.
Por fim, fica claro que a prática integrativa só oferece mais segurança ao paciente, que cada vez mais busca conhecimento sobre si mesmo, sobre sua saúde, sobre como melhorar sua performance de vida, no esporte e também na prevenção de doenças. Isso tudo sem deixar de lado o atendimento clínico para o tratamento emergencial de condições que possam o estar afetando naquele momento.
Fonte: uol
Colunista: @chefcarlosmiranda