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Comerciantes extorquidos pelo CV podem ter perdido até R$ 1 milhão, revela delegado

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Grupo do Whatsapp Cuiabá
O delegado da Polícia Civil Rodrigo Azem explicou que os integrantes da facção criminosa Comando Vermelho arrecadavam em torno de R$ 1 milhão ao cobrarem uma taxa de R$ 1 por galão de água vendido dos comerciantes em Cuiabá e Várzea Grande. O grupo era liderado pelo pastor de uma igreja identificado como Ulisses Batista. O principal alvo da operação está escondido no Rio de Janeiro.

A investigação teve início em novembro de 2024 e identificou integrantes de uma facção criminosa que coordenava o esquema de extorsão a comerciantes, denominado “Projeto Água 20 LT”. Por meio do esquema criado pela facção, proprietários de estabelecimentos comerciais eram ameaçados para que adquirissem galões de água fornecidos apenas pelo grupo criminoso, além de pagar a taxa de R$ 1 por galão vendido.
Devido ao volume alto de vendas, a Polícia Civil optou por solicitar o bloqueio das contas bancárias dos alvos da operação. Parte do dinheiro era enviado para o Rio de Janeiro.
“Nas investigações, apurou-se uma estimativa na região onde eles estavam praticando as extorsões. Em torno de 1 milhão e 500 galões vendidos ao mês, isso se você tiver, efetivamente, o pagamento da taxa de um real por galão, é um recurso bem alto, de 1 milhão e meio por mês, para o Comando Vermelho”, disse o delegado.
Para montar o esquema de abordagem às vítimas, os integrantes da facção, de maneira articulada e com divisão de tarefas, criaram um grupo de WhatsApp, com o objetivo de estabelecer o controle explícito sobre os distribuidores, fazendo vítimas comerciantes de diversos bairros de Cuiabá e Várzea Grande.
De forma ardilosa, os criminosos iniciavam as conversas com tom aparentemente informal e ameno, evoluindo para o constrangimento caso alguma ordem não fosse acatada e passando a praticar o crime de extorsão majorada, sob a ameaça velada de “conversar pessoalmente” com quem tentasse sair do grupo de mensagens, demonstrando a evidente intenção de coagir e intimidar as vítimas.
“Eles mencionavam constantemente que tinham que aderir ao projeto, que era um projeto novo do Comando Vermelho, e que caso não houvesse essa adesão, eles iam conversar pessoalmente, impunham medo, ameaçavam colocar fogo nos estabelecimentos comerciais, da forma que eles atuam, do que a gente já tem conhecimento”, explicou Azem.

 

Fonte: Olhar Direto

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