SAÚDE

Cientista brasileiro identifica novas espécies de fungos na Antártica: descobertas surpreendentes

2025 word3
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Durante a Operação Antártica Brasileira XLI, realizada na Ilha Livingston, no arquipélago das Shetland do Sul, um pesquisador brasileiro fez uma descoberta inédita: a descrição de quatro novas espécies de fungos da ordem Agaricales no continente antártico. É a primeira vez que um brasileiro realiza esse tipo de classificação de fungos macroscópicos na região.

A pesquisa focou na diversidade, taxonomia e filogenia de fungos conhecidos por sua forma de cogumelo, que desempenham papel fundamental na decomposição da matéria orgânica e na manutenção da saúde do solo.

Esses registros representam uma contribuição inédita para a ciência polar, ampliando significativamente o conhecimento sobre a biodiversidade da região e reforçando o papel da micologia brasileira na pesquisa antártica”, destacou Fernando Bertazzo,  doutorado na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), com bolsa da CAPES, pesquisando a taxonomia e filogenia de fungos da ordem Agaricales.

Um dos resultados mais relevantes do estudo foi o registro da espécie Galerina marginata, anteriormente detectada apenas duas vezes na Antártica. Pela primeira vez, foi feita uma descrição morfológica completa de um exemplar encontrado no continente. A análise filogenética mostrou que o fungo encontrado forma um clado monofilético dentro do grupo marginata.

Além de ampliar o catálogo da biodiversidade antártica, o trabalho tem implicações mais amplas. Fungos como os estudados são altamente sensíveis a variações ambientais e funcionam como bioindicadores. Assim, monitorá-los permite compreender melhor como organismos vivos respondem a condições extremas, como frio intenso, radiação UV e mudanças súbitas na disponibilidade de nutrientes. “Esses organismos são altamente sensíveis às alterações climáticas e, por isso, atuam como bioindicadores, permitindo a detecção de impactos ambientais.”

A Antártica funciona como um “termômetro” do clima da Terra, em que pequenas alterações nesse ecossistema indicam transformações maiores em curso no planeta”, explicou o pesquisador. Os dados coletados são uma base inicial para monitorar a população de G. marginata na região e avaliar como as mudanças climáticas poderão impactar sua sobrevivência nos próximos anos. 

Além disso, a pesquisa reforça o papel do Brasil no cenário da ciência polar internacional”, conclui Bertazzo.

Fonte: abril

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.