A última missão dos EUA na Lua foi a Apollo 17, em dezembro de 1972. Foi um sucesso. A viagem foi a primeira a levar um cientista (o geólogo Harrison “Jack” Schmitt) ao solo lunar. Quebrou recordes de maior estadia no satélite (75 horas), de maior tempo de caminhadas lunares (22h3min) e de maior coleta de amostras do programa: 110,5 kg.
Com a corrida espacial vencida, os EUA abandonaram os rolês lunares – um misto de desinteresse público com contenção de gastos. Mas, nos últimos anos, com novos países e empresas interessadas em explorar a Lua, a Nasa anunciou o programa Artemis, que tem o objetivo de colocar astronautas de volta ao satélite em 2026.
Os primeiros passos já foram dados. No dia 15 de fevereiro, os EUA lançaram a sonda Odysseus, que pousou na Lua na última quinta-feira (22) – a primeira vez em mais de 51 anos que o país coloca os pés (no caso, pés de robô) por lá.
A viagem marcou também o primeiro pouso na Lua feito por uma empresa privada – a norte-americana Intuitive Machines, que produziu a sonda. O projeto, financiado pela Nasa, custou US$ 118 milhões.
Nesta quinta (29), com a missão prestes a terminar (as baterias do Odysseus estão quase no fim), a Intuitive Machines disse durante coletiva que a experiência foi bem-sucedida, apesar do começo turbulento e das falhas de comunicação. Vamos entender como foi a trajetória da Odysseus – e quais são os próximos passos da exploração americana.
Viagem (quase) frustrada
A sonda decolou do Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida. Ela viajou no foguete Falcon 9 da SpaceX de Elon Musk e chegou à órbita da Lua seis dias depois.
Pousar lá foi uma verdadeira odisseia (rs) devido a um problema de navegação: as equipes haviam esquecido de desbloquear um interruptor de segurança. Com isso, os localizadores a laser da espaçonave não foram ativados, e os engenheiros de voo precisaram improvisar um local de pouso de última hora.
A nave acabou descendo mais rápido e em um local mais elevado do que o esperado. O módulo classe C, com seus 4,3 metros de altura, teve pelo menos uma de suas seis pernas quebradas, o que a fez pousar num ângulo de 30 graus. Isso deixou os seus painéis solares (utilizados para recarregar as baterias do aparelho) viradas para o lado errado.
Danos nas antenas do Odysseus causaram problemas de comunicação. Mas isso não impediu que a sonda continuasse funcionando e enviando dados para a Terra. As primeiras fotos do rolê chegaram na segunda (26) e você pode conferi-las neste link.
Os engenheiros planejavam colocar o Odysseus em modo de economia de energia, mas decidiram deixá-lo ligado enviando dados até que as baterias se esgotem. Mas vão deixar uma barrinha de energia para tentar recarregar a sonda daqui três semanas, quando a luz do sol voltar a bater na região.
Antes da missão tripulada da Artemis, a Nasa deve enviar mais sondas como a Odysseus para analisar e mapear o solo lunar. Além dos EUA, outros quatro países já pousaram na Lua: Rússia, China, Índia e Japão – este último, em janeiro. Para os próximos anos, outras nações como a Coreia do Sul também pretendem realizar visitas em território lunar.
Fonte: abril