De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o câncer do intestino afeta principalmente pessoas com 50 anos ou mais, mas estudos recentes mostram que a incidência está aumentando entre os mais jovens. De modo geral, a OMS classifica o câncer colorretal como o terceiro tipo de câncer mais comum em todo o mundo, atrás do câncer de mama e de pulmão. Há cerca de 1,9 milhão de novos casos de câncer colorretal em todo o mundo a cada ano, e 935 mil mortes.
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No Brasil, com mais de 40 mil casos diagnosticados por ano, o câncer de intestino é a segunda maior causa de morte por câncer entre as mulheres e a terceira entre os homens. Para se ter uma ideia, só no Paraná, são registrados anualmente mais de 2,5 mil casos, sendo cerca de 400, apenas em Curitiba, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Os tumores intestinais geralmente crescem silenciosamente. Os sintomas que aparecem apenas quando o câncer progride são sangue nas fezes, mudança nos hábitos intestinais (diarreia e constipação alternadas), necessidade frequente de ir ao banheiro, sensação de esvaziamento incompleto, dor ou desconforto no abdômen ou ânus, fraqueza, anemia, gases ou inchaço e perda de peso sem motivo aparente.
Mariane Sávio, médica coloproctologista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP) do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), explica que o principal exame para investigação de câncer colorretal é a colonoscopia. “Existem vários fatores para o câncer aparecer. A questão genética é importante e se o paciente já tiver histórico familiar, o check-up é essencial. Outro fator, tem relação com os hábitos alimentares como por exemplo a dieta com excesso de carne vermelha, industrializados e embutidos. O tabagismo, o excesso de bebida alcoólica, o sedentarismo e a obesidade são hábitos de vida que também podem ser responsáveis pelo câncer de intestino”, diz ela.
Prevenção
Apesar de tudo isso, a boa notícia é que o câncer colorretal é um dos únicos que pode ser prevenido em exames de rotina com a identificação e remoção de pólipos que futuramente poderiam se transformar em tumores. “A colonoscopia é um exame indolor, realizado sob sedação, recomendado para todos os pacientes a partir dos 45 anos ou antes, se houver algum histórico familiar de câncer de intestino. Ao identificar pólipos, os mesmos são removidos imediatamente na maioria dos casos”, explica Mariane.
Segundo a especialista, os pólipos são pequenas lesões e inchaços, parecidos com verrugas, que podem surgir na parede interna do órgão e podem evoluir para tumores malignos. Como não causam sintomas, a colonoscopia é o único exame que identifica e remove as lesões para evitar o câncer de intestino.
“Os pólipos são o crescimento anormal de células e em geral, eles são assintomáticos. Os mais comuns são benignos, detectados e removidos durante o exame. Isso previne o desenvolvimento de câncer colorretal”, afirma a coloproctologista.
Tratamento
O tratamento para o câncer colorretal é conhecido como multimodal ou multidisciplinar. Isso quer dizer que ele pode ser feito pela cirurgia, quimioterapia e radioterapia. O que muda é a sequência do tratamento muitas vezes. Isso vai depender basicamente de três fatores: se a doença é localizada ou já está avançada, inclusive acometendo outros órgãos; a localização dos tumores de reto médio e baixo podem ser tratados com radioterapia e a presença ou não de sintomas.
Quando um paciente chega com o diagnóstico de câncer de intestino, o primeiro passo é a realização de exames. É a chamada “fase de estadiamento”. Nessa etapa são realizados exames para verificar em qual estágio está a doença e, a partir de então, realizar o planejamento do tratamento.
A técnica de enfermagem, Andreza Maria dos Santos de 44 anos, conta que seu histórico familiar pedia o acompanhamento dos exames. “A gente acaba ficando com preguiça e deixa para segundo plano. Comecei a ter dores abdominais fortes e diarreia. Quando fui ao médico já fui encaminhada para o exame de colonoscopia”, lembra.
Segundo ela, pelo exame foi detectado um tumor e se fez necessária a cirurgia. O procedimento foi um sucesso e a recuperação da Andreza foi tranquila. “Nos primeiros dias eu fiquei mais debilitada, mas depois, o médico já me liberou para voltar à rotina, com alguns cuidados, claro. Por isso, agora eu falo que o melhor remédio é a prevenção. Não deixe de fazer os exames de rotina, eles salvam a sua vida”, reforça.
Fonte: semprefamilia.com.br