Tudo começou com uma planta florida de nome científico Althaea officinalis, chamada em português de “malvaísco” e em inglês de mallow (eis a segunda metade do nome). Ela costuma crescer em áreas úmidas como pântanos e brejos, e “brejo” em inglês é marsh (eis a primeira metade do nome).
Resta agora explicar como uma mistura ultraprocessada de açúcar, água e gelatina ganhou o nome idílico de “malvaísco do brejo”. Tudo começou no Egito Antigo, onde a raiz da planta – que tem um composto anti-inflamatório – era tradicionalmente fervida com mel para fazer um remedinho adocicado de avó.
No século 19, os franceses descobriram essa tradição e começaram a fazer seu próprio doce terapêutico com o malvaísco, misturando o princípio ativo da planta com uma guloseima macia e esponjosa chamada pâte de guimauve, feita com açúcar e claras em neve, que tinha a mesma finalidade das pastilhas para garganta contemporâneas.
Com o tempo, os confeiteiros foram mexendo na receita do doce para facilitar a produção em larga escala. Ingredientes como gelatina e amido de milho entraram em cena, a vocação original como remédio desapareceu do imaginário popular e a planta sumiu da mistura.
No espírito das linhas de produção fordistas da época, surgiram máquinas específicas para misturar e moldar doces aos montes, sem intervenção humana, e vendê-los empacotados. Foi assim que o marshmallow chegou aos EUA e se tornou um ícone das fogueiras.
Fonte: abril