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Ciência & Saúde

O impacto da criação humana de colmeias nas abelhas, revelado em estudo científico

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As abelhas são alguns dos animais mais importantes para o ecossistema terrestre, já que assim como outros insetos e animais, são responsáveis pelo fenômeno da polinização. Agora, não bastasse esses insetos sofrerem em razão das mudanças climáticas, uma nova pesquisa mostrou que elas também podem estar passando frio em colmeias artificiais.

O estudo do pesquisador Derek Mitchell da Universidade de Leeds, publicado no jornal acadêmico The Royal Society, mostrou que a estrutura das colméias artificiais não é adequada para as abelhas durante o período de inverno. E isso aconteceu por uma antiga crença na prática da apicultura.

Por muito tempo, se acreditou que as abelhas melíferas (espécie de abelha mais utilizada para a produção de mel no mundo), ao se agruparem dentro da colméia, geravam uma espécie de isolamento. Essa crença acabou por influenciar a criação de colmeias durante grande parte do século 20.

A pesquisa, recente, porém, mostrou que na verdade, esse agrupamento é mais uma resposta ao estresse do ambiente do que uma tática de sobrevivência ao frio. Na natureza, as colônias dessas abelhas ficam dentro de troncos de árvores, que agem como isolantes naturais, suportando invernos de até -40ºC. 

O problema é que as colmeias artificiais utilizam modelos com base nas colonias de madeiras finas. Funciona assim: a casca das árvores, ou súber, possui diferentes tipos de espessura, desempenhando diferentes funções, como proteção mecânica, impermeabilização, e o próprio isolamento térmico.

As colmeias são divididas entre a parte interna e a externa. Na parte interna, as abelhas formam aglomerados em forma de disco entre os favos de mel, mais próximos ao núcleo. Ali, a temperatura é mais quente (18º), em comparação com a camada externa, chamada de manto. As abelhas ficam mais próximas ao centro justamente por possuírem baixas temperaturas corporais.

A questão, é que antes, se acreditava que o tal manto da parte externa, funcionava como um isolante para toda a colônia, de forma que as abelhas se agrupavam no centro como uma forma de natural. 

 

 

Assim,desde 1930, colmeias artificiais de abelhas são construídas com uma parede mais fina, mesmo em regiões com clima frio, com algumas regiões, como no Canadá, mantendo as abelhas em um armazenamento frio (4º) durante todo o tempo.

O estudo de Mitchell, mostrou, porém, que o tal manto da parte externa, funciona mais como um dissipador de calor do que isolante, de modo que elas se agrupam no centro mais para não morrer de frio do que qualquer outra coisa.

O manto até ajuda as abelhas que estão próximas da região a não congelarem, mas conforme a temperatura do lado de fora vai caindo, as abelhas vão ficando cada vez mais próximas umas das outras. 

O problema é que o calor, geralmente, se move de uma região mais quente para outra mais fria. As abelhas próximas do manto podem até se agrupar por ali (e vão se esquentar por um tempo). Mas como o manto não é isolante, logo, a temperatura gerada entre elas vai começar a se dissipar.

A sorte é que a funciona para os dois lados. Lembra das abelhas do centro, que estão mais quentes? Pois então, as abelhas do manto não morrem graças ao calor gerado por elas, que sai do núcleo e vai para as partes mais externas da colônia.

Em resumo, a pesquisa aponta uma realidade clara de muitas abelhas em colmeias artificiais hoje em dia: elas passam frio. E de forma desnecessária. Claro que questões como ética em insetos ainda estão em debate, mas estudos recentes vêm mostrando que eles também são capazes de sentir dor. 

Fonte: abril

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