O que os astrônomos chamam de “brilho” é a magnitude aparente de um corpo, ou seja: o quão brilhante ele parece visto aqui da Terra, e não o quão brilhante ele é de fato. Isso significa que uma estrela enorme e distante pode ter magnitude menor do que uma estrela pequena e próxima – ainda que, na realidade, a estrela maior emita mais luz que a menor.
Para obter a magnitude aparente, você acopla um aparelho chamado fotômetro ao telescópio e aponta o dito-cujo para o astro. Conforme a luz entra no equipamento, ela gera uma diferença de potencial elétrico – aquela coisa que você mede em volts, como 110 v ou 220 v. No caso de uma estrela, são só alguns milivolts. Quanto mais milivolts, mais brilho, e portanto, menor a magnitude.
Sim, menor. Uma peculiaridade importante é que a escala de magnitude foi feita ao contrário. As estrelas mais brilhantes do céu noturno têm magnitude 1, as menos brilhantes, magnitude 6. E complica mais: como essa é uma escala logarítmica, uma estrela 1 é cem vezes mais brilhante que uma estrela 6 (e não só seis vezes mais brilhante, como seria de se imaginar).
Depois, para obter a luminosidade real do objeto, é preciso usar outros métodos, que consideram a distância. Mas isso é história para outro Oráculo.
Os equipamentos atuais são extremamente sensíveis a variações no brilho das estrelas. E isso é essencial para várias áreas de pesquisa. Por exemplo: o principal método de detecção de exoplanetas (planetas que orbitam outras estrelas) é chamado de método de trânsito. Nele, os pesquisadores esperam o planeta passar na frente de sua estrela hospedeira, e então calculam suas características com base na quantidade de luz que ele bloqueia.
Considere que a Terra tem 12 mil vezes menos área de superfície que o Sol e fica fácil imaginar o quão insignificante é a sombra que um planeta faz. Mesmo asssim, os astrônomos dão conta do recado.
Fonte: livro “Astronomia: uma visão geral do Universo”, da Edusp.
Pergunta de @jessicaolvrr, via Instagram.
Fonte: abril