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Ciência & Saúde

‘Cientistas descobrem reservatórios de água líquida em Marte: novas possibilidades para a vida extraterrestre’

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A sonda InSight, da Nasa, foi enviada para Marte em 2018 para examinar e estudar o seu interior. Agora, analisando os dados coletados ao longo de quatro anos, cientistas das universidades da Califórnia em San Diego e em Berkeley descobriram reservatórios de água líquida nas profundezas da crosta rochosa do planeta vermelho.

A InSight levou consigo um sismômetro, instrumento usado para medir a atividade ísmica e fazer um mapeamento 3D do interior do planeta. Durante o tempo em que esteve ativa, a sonda captou 1.319 tremores marcianos – e foi justamente isso que levou à recente descoberta, publicada na última segunda (12) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Acontece que, ao medir a velocidade das ondas sísmicas, é possível entender o tipo de material pelo qual elas estão se locomovendo. Essa é a mesma técnica usada aqui na Terra para encontrar água, petróleo e gás natural.

Os reservatórios de água encontrados pela análise sísmica estão de 10 a 20 quilômetros abaixo da superfície de Marte, ainda na crosta exterior do planeta.

A sonda InSight só conseguia dados sísmicos da área exatamente debaixo de onde ela estava, mas os pesquisadores acreditam que reservatórios parecidos existam espalhados por Marte. As estimativas iniciais são de que haveria água suficiente para uma camada subterrânea líquida de 800 metros de espessura, que se estenderia por todo o planeta.

Passado molhado

Recentemente, cientistas encontraram evidências de geadas em cima dos maiores vulcões do planeta vermelho. Algumas regiões de Marte, como o polo sul, têm camadas de água congelada no formato de geleiras. Além disso, alguns estudos já sugeriram, com boas evidências, que o planeta tem lagos subterrâneos.

A água foi essencial para o passado de Marte, que um dia já teve estações chuvosas. Estudando o relevo e a geografia do planeta, é possível perceber canais onde um dia já houve rios e lagos. Mas, nos últimos 3 bilhões de anos, o lugar virou um deserto. Por quê?

Não dá para cravar uma resposta, mas os astrônomos têm algumas hipóteses. Marte já foi cheio de água, mas sua atmosfera foi mudando radicalmente, e isso pode ter feito com que a água na sua superfície fosse para o espaço – literalmente.

Conforme os componentes atmosféricos mudaram, a predominância do CO₂ cresceu e a atmosfera foi ficando mais fina – o que, um estudo de 2021, provavelmente fez com que o hidrogênio, importante componente da água, escapasse da superfície do planeta para viajar pelo espaço.

A água líquida é uma das condições mais importantes para a vida como a conhecemos no universo. Da mesma forma que a Terra, é possível que uma boa parte do H2O do planeta vermelho esteja debaixo da superfície. Não dá para saber muito sobre o que acontece lá embaixo, e escavar a área seria muito difícil, mas esses reservatórios subterrâneos são a melhor chance de encontrar vida em Marte, mesmo que escondida a 10 quilômetros da superfície.

Fonte: abril

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