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Ciência & Saúde

Alerta! 80% das árvores únicas da Mata Atlântica ameaçadas de extinção

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Você já deve ter esbarrado com aquele mapa que mostra o quão pouco resta da cobertura original da Mata Atlântica. Os 25%  de floresta que sobrevivem até hoje, entretanto, ainda guardam uma das maiores biodiversidades do mundo. 

Só aqui no Brasil, 35% de todas as espécies vegetais se encontram por lá, e várias delas não existem em mais nenhum outro lugar no planeta (o que a gente de espécies endêmicas). Infelizmente, entretanto, boa parte delas se encontra em de desaparecer.

O principal problema é que a Mata Atlântica fica no pedaço mais urbanizada do Brasil. 80% da população brasileira vive em regiões onde impera esse bioma. Os altos índices de desmatamento e degradação colocam a recuperação e preservação da floresta em risco.

Uma pesquisa publicada no periódico especializado Science no último dia 11 revela que, das 2 mil espécies de endêmicas da região, pelo menos 80% estão em risco de extinção, e 13 delas possivelmente já estão extintas.

Contando o número total de espécies de árvores do bioma (ou seja, considerando também as que não são exclusivas da Mata Atlântica), conclui-se que 65% estão com suas populações ameaçadas.

É a primeira vez que um levantamento desse tipo é realizado na região, com os pesquisadores utilizando dados de mais de 3 milhões de registros de atividade de herbívoros e inventários florestais.

A pesquisa analisou dois terços das quase 5 mil espécies na floresta, utilizando os critérios da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), a principal referência do mundo no estudo de espécies ameaçadas de extinção.

A chamada Lista Vermelha da IUCN classifica desde 1964 o estado de conservação de espécies animais e vegetais. A escla vai do considerado “pouco preocupante” (LC) até o “extinto” (EX). A categoria intermediária de “ameaçados” é dividida entre “vulnerável” (VU), “em perigo” (EN), e “criticamente em perigo” (CR).

 

 

Das espécies avaliadas no estudo, pelo menos 75% estão classificadas como “em perigo”. Entre elas, se encontram árvores como a araucária (Araucaria angustifolia) e o palmito-juçara (Euterpe edulis), que tiveram um declínio de 50% em suas populações.

Uma das árvores mais famosas do país também se encontra em risco. O Pau Brasil (Paubrasilia echinata), árvore que dá nome ao país, está “criticamente ameaçada”, já que 84% de sua população selvagem diminuiu.

Para Renato Lima, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), e um dos autores do estudo, o número de espécies ameaçadas pode ser ainda maior.

 “O número [de 82% de espécies endêmicas ameaçadas] foi um para nós, porque usamos uma abordagem conservadora. Levamos em conta se as espécies tinham ou não floresta disponível, independentemente de ser ou não uma floresta saudável, por . Mas nem todas as espécies conseguem se manter em fragmentos degradados. É possível, portanto, que a realidade seja ainda mais preocupante”, ele disse à Agência Fapesp.

Fonte: abril

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